Enquanto o projeto para a construção da Casa de Custódia em Guarapuava não sai do papel, o Conselho da Comunidade busca melhorar as condições físicas da cadeia pública. De acordo com o vice-presidente da entidade, Flavio Sichelero, “A cadeia do jeito que está é um inferno e para melhorar as condições algumas reformas pontuais estão sendo executadas”.
Para impedir a fuga de presos pelo telhado, o forro foi trocado por lajes que, além de dar melhor visibilidade no monitoramento, impede que buracos sejam feitos.
Segundo Sichelero, as celas agora contam com ventiladores e exaustores contra a umidade, já que há muitos casos de tuberculose, e para o melhor convívio entre os presos.
“A cadeia já vive superlotada, já não existe mais Ala A ou B, está tudo misturado. No seguro [espaço onde ficam os que foram presos por crimes sexuais e os que estão jurados de morte por outros presos], o espaço é para 15, mas está sendo ocupado por mais de 50, e se não houver um mínimo de condições, fica difícil não querer fugir”.
A construção de uma nova cozinha, da sala de estudos para mais de 50 condenados, implantação da eclusa para a entrada de presos, câmeras de segurança, laptops para aulas do Ceebja também estão entre as obras já concluídas. O Conselho da Comunidade também comprou contêineres que servirão como acesso para melhorar o trânsito entre as galerias até o pátio de sol e também contribuir para melhor monitoramento contra fugas.
“Nós estamos fazendo a nossa parte, mas é preciso que o Estado compareça. Precisamos da Casa de Custódia com muita urgência. Precisamos de força política para que o projeto seja executado”.
Os recursos utilizados pelo Conselho da Comunidade pertencem ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). “Estamos usando o dinheiro pago pelo crime para combater o próprio crime”, disse Sichelero.