22/08/2023


Região Segurança

Motorista responsável por acidente em Candói não tinha CNH

Ele cumpre regime aberto e deveria estar em casa às 21h. Além disso, tem limitações motoras

carro de Sandro

O carro de Sandro seguia na contramão da via, conforme a PRF (Imagem: Reprodução/PRF)

O motorista que causou um grave acidente no último sábado (13), Sandro do Nascimento Szemberg, não tinha autorização para dirigir. O relatório da Polícia Rodoviária Federal confirmou ainda que o motorista seguia pela contramão da BR-277 no momento do acidente.

O boletim de ocorrência da PRF afirma que o “o Escort seguia no sentido leste pela contramão de direção sobre a faixa sentido oeste, quando obstruiu a passagem do VW Virtus que seguia pela faixa da esquerda”. Uma das passageira, Mariana Pereira Rochel dos Santos, 22 anos, morreu horas depois em um hospital de Guarapuava.

O mesmo boletim informa que devido aos ferimentos Sandro não foi submetido ao exame do bafômetro. A versão das testemunhas é de que ele apresentava sinais de embriaguez, informação que ainda não foi confirmada pela polícia nem pela equipe médica.

Mariana não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital (Foto: Reprodução/Facebook)

Sandro foi condenado a oito anos de prisão em 2010, pelo crime de tráfico de drogas. Conforme o Tribunal de Justiça do Estado, atualmente, o réu cumpria regime aberto desde 2018. Por disso, possuía um termo de advertência que o obrigava a estar dentro de casa até às 21h, inclusive, fins de semana e feriados. O acidente foi registrado 21h50. A polícia entretanto, não atrela o crime anterior ao delito cometido no domingo (14).

O documento que determinou a saída de Sandro para o regime aberto foi assinada pelo juiz Rafhael Wasserman em 2015. Na ocasião o juiz afirmou que “compulsando os autos verifico que o sentenciado sofreu acidente vascular cerebral – AVC, sendo que atualmente necessita de cuidados específicos à doença, bem como possui determinadas limitações tanto nas funções motoras quanto cerebrais, permanecendo a existência de coágulo cerebral, conforme documentos”.

PRISÃO

O advogado criminal e professor Loêdi Lisovski explicou que sem denúncia a prisão imediata de Sandro é improvável. “A regressão da pena pode ocorrer diante do descumprimento das regras impostas pelo juízo da execução penal. Mas depende de chegar até ele a informação do acidente do boletim de ocorrência. Quem faria essa comunicação em regra seria o delegado do caso que oficia o juiz”.

Outras quatro pessoas ficaram feridas. Duas ainda estão internadas (Foto: Corpo de Bombeiros)

DENÚNCIA

Dois jovens, Mayara Yuki e Marcelo Mori, seguem internados em Guarapuava. Os dois ainda inspiram cuidados médicos. Marcelo se recuperava bem, mas no início da noite dessa quinta (18) precisou passar por intervenção cirúrgica. Sandro também segue internado e seu estado de saúde é estável.

A mãe de Marcelo, Vera Mori, informou que a família já tomou as providências para representar contra Sandro. “Já passamos na Vara de Execuções Penais e denunciamos o não cumprimento das condições do cumprimento da pena. Depois fomos a promotoria que nos informou que a medida agora é esperar”.

Além disso, ela destacou que a única coisa que busca é justiça. “Uma vida foi ceifada e outras duas pessoas lutam para sobreviver, não é justo que essa irresponsabilidade fique impune”.

Cristina Esteche

Jornalista

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