Advogados da família Spitzner afirmam que exumação seria inútil para o processo

Câmeras de segurança registraram toda a ação do acusado (Imagem: Arquivo)

Os advogados de Tatiane Spitzner, morta em 22 de julho do ano passado, e que tem como acusado o marido Luis Felipe Manvailer, divulgaram uma nota em resposta às tentativas da defesa do réu em desqualificar o crime.

Em uma coletiva de imprensa nessa quinta (18), o advogado de Manvailer, Claudio Dalledone afirmou que pode ser solicitada a exumação do corpo de Tatiane. Conforme reportagem da CBN Curitiba, ele destacou que a perícia apontou a quebra do osso hioide, que fica abaixo da mandíbula. Mas, de acordo com a Dalledone, tal lesão não pode ser constatada com precisão. Por isso, peritos particulares foram contratados.

“É possível sim que dependendo de alguns pontos que ainda estamos discutindo, alguns profissionais venham para conferir a certeza daquilo que já afirmamos e extraímos”. Além disso, Dalledone alegou que outros exames serão feitos e outras análises produzidas. “Mais profissionais com argumentos das autoridades serão ouvidas a cerca disso”.

Advogado da Família Spitzner, Gustavo Scandelari diz que exumação do corpo de Tatiane seria inútil para o processo (Foto: Ascom)

DEFESA DE TATIANE

Entretanto, o advogado Gustavo Britta Scandelari, que representa a família Spitzner falou ao Portal RSN que o pedido pode vir a nunca ser feito. Além disso, classificou a exumação como inútil.

Na realidade, dizer que um pedido poderá ser feito não é uma alegação, é a constatação de uma possibilidade. Qualquer pedido pode ser feito por qualquer parte sempre. E eles ainda não fizeram esse pedido e poderão nunca vir a fazer. De todo modo, não haveria nenhuma razão para o hipotético pedido, haja vista que o corpo já sofreu necropsia e exame anatomopatológico, análises que produziram laudos científicos que estão nos autos e comprovam que Tatiane morreu por asfixia mecânica e foi jogada já sem vida pela sacada do apartamento. Além de desnecessária, a exumação seria inócua, dada a passagem do tempo.

Sobre as outras alegações da defesa do acusado, Scandelari afirmou em nota, que as testemunhas que foram ouvidas na Justiça comprovam que os gritos de socorro de Tatiane pararam e poucos minutos depois houve o estrondo da colisão de seu corpo com o solo.

“Os laudos do IML afirmam que a causa da morte foi asfixia e que quando ela caiu já estava sem vida. O comportamento do acusado logo após a morte indica que ele é responsável pelos crimes”.

Além disso, Scandelari afirmou que as filmagens da garagem comprovam que ele a agrediu brutalmente por um bom tempo antes de matá-la no apartamento.

“Não há nenhum indício de suicídio: o médico que atendia Tatiane afirmou que ela não era depressiva, que era feliz e tinha muitos planos para o futuro. O acusado deve ser julgado e condenado no Júri por homicídio qualificado, cárcere privado e fraude processual”.

PROCESSO

Nesta semana, a defesa de Manvailer, contestou a inclusão, pedida pelo Ministério Público, de cárcere privado no julgamento do réu, afirmando que as imagens comprovam que não houve prática do crime.

Os advogados disseram que Tatiane não teve a liberdade de ir e vir prejudicada. De acordo com o texto “ela teve a oportunidade de entrar sozinha no elevador, enquanto Luis Felipe manobrava o automóvel, mas resolveu aguardá-lo. Sem dúvidas, foi ela quem escolheu aguardar para adentrar no elevador chamado por Luis Felipe”.