22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

‘Refúgio’ do Rock é criado a partir de ferro velho em Guarapuava

O psicólogo Silvio Luiz Ortiz transformou sua casa e uma bateria é o lustre da sala de estar

77752a40-edb7-49b7-b438-a5f30f73b043

Uma bateria é o lustre da sala de estar (Foto: Larissa Ortiz)

Era uma casa cheia de lembranças boas desenhadas em cada detalhes. As paredes, o teto, a estrutura e o carinho por ela supera os 55 anos de idade. Tudo novo de novo. Essa é a descrição da casa do psicólogo Silvio Luis Ortiz, 44 anos, em Guarapuava. Ele criou um refúgio do Rock com materiais de ferro velho.

Itens foram coletados em Ferros velho da cidade (Foto: Larissa Ortiz)

A casa conta com um lustre que é uma bateria. Discos de vinil desenham o cabelo de Jimi Hendrix na parede. Fitas k7 fazem o design da mesa de centro. Outros instrumentos e posters também fazem parte da cara nova, da casa velha.

O local tem mais de 50 anos de existência (Foto: Arquivo Pessoal)

HISTÓRIA

A casa, que foi construída pelo pai de Silvio, Amaro da Silva Ortiz, era um ponto comercial o “Dormitório do Juca” e também era a casa da família. Depois da morte precoce do pai e com a vida adulta dos irmãos chegando, o local foi alugado e utilizado como uma fábrica.

Por longos anos a estrutura se deteriorou. Silvio fez a primeira reforma no local por volta do ano de 2006. “A expectativa geral era de que não daria certo, mas a casa me surpreendeu positivamente”. Mas, neste ano a mudança foi radical.

Ferros velhos e muita criatividade fizeram parte do processo de cinco meses para a conclusão da transformação. “Quando pensei em mudar, a ideia inicial era fazer algo mais artesanal, menos comercial, e com certa personalidade mas, as ideias foram chegando. Quando vi a ideia inicial que era usar a bateria como um lustre, foi a última a ser concretizada”.

O local foi procurado para a gravação de um clipe (Foto: Larissa Ortiz)

A TRANSFORMAÇÃO

Todos os itens foram desenvolvidos, escolhidos e pensados, juntamente, com o irmão e a cunhada de Silvio. Wanderlei Ortiz é restaurador de antiguidades e Rozana Rosoha Ortiz artista plástica.

Silvio contou com a ajuda do irmão, que é restaurador (Foto: Arquivo Pessoal)

“A gente debatia sobre o que fazer, como não tínhamos prazo fomos fazendo conforme encontrávamos os materiais, que foram coletados em ferros velho”. Ele destacou a importância do olhar artístico para encontrar função para os achados. “Quando você entra no ferro velho, você não vê nada além de entulho.  A mente tem que ser treinada”.

Ele destacou ainda que alguns itens, como as fitas k7 que enfeitam a mesa de centro da sala foram doadas por amigos. “Algumas coisas são difíceis de serem encontradas. As fitas, em sua maioria eram da minha família, uma delas inclusive contém a voz do meu pai, que morreu há muitos anos, outras recebi de amigos que acompanharam a transformação”.

A primeira reforma significativa ocorreu em 2006 (Foto: Larissa Ortiz)

REPERCUSSÃO

Depois de postar nas redes sociais o resultado do trabalho um músico local pediu para gravar um clipe no interior da residência. Além disso, fotógrafos procuraram o local para ensaios especiais.

“Eu tenho muito carinho por este local, aqui eu vivi minha infância e boa parte da minha vida, e hoje, com todo esse carinho de fazer as coisas com as próprias mãos continuo com o sentimento que me acompanhou ao longo da vida”.

Guitarras são penduradas nas paredes (Foto: Arquivo Pessoal)

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.