A OAB Guarapuava lançou durante a programação do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, o projeto Tatiane Spitzner. Assim, o projeto prevê a intensificação das atividades da Ordem dos Advogados do Brasil no enfrentamento a violência contra mulheres.
O lançamento contou com a participação da presidente em exercício da OAB Paraná, Marilena Winter. Também participaram advogadas de Curitiba, Palmas, Pitanga, Cascavel, Toledo e Laranjeiras do Sul. De acordo com Maria Cecília Saldanha, presidente da OAB Guarapuava, a rede é a atuação articulada de instituições governamentais, não-governamentais e comunidade.
Visa o desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção, de combate e assistência qualificada às mulheres em situação de violência. Nosso primeiro passo será o levantamento de informações junto aos órgãos integrantes da rede. Depois desenvolvermos ações práticas e eficazes.
Durante a solenidade, Maria Cecília relembrou o carinho que os companheiros de profissão tinham pela advogada Tatiane Spitzner. “O projeto Tatiane Spitzner é a homenagem a uma jovem advogada e forte mulher que se dedicava à Justiça, mas que trágica e injustamente teve sua força vital interrompida pela violência”.
A presidente em exercício da OAB Paraná, Marilena Winter, lembrou que a iniciativa é louvável. Entretanto a data é motivo de tristeza.
Nunca ouviremos que a brutalidade que desonra a humanidade e a sociedade civilizada, e recebe o nome jurídico de ‘feminicídio’, está diretamente ligada à condição de mulher no mundo. Não descuidemos que esse crime que atinge uma condição natural – ser mulher – é fruto de um contexto que reduz, discrimina e menospreza o feminino. Feminicídio é um crime de ódio, motivado pela condição de gênero.
MANIFESTAÇÕES
A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Mariana Lopes, também esteve no lançamento. E avaliou que a mobilização é necessária para que um dia se alcance a equidade entre os gêneros.
“Quando penso em tudo o que vivemos este ano, penso que a Tatiane e a Angelina (Angelina Silva Guerreiro Rodrigues, morta no dia 22 de abril de 2019) nunca mais poderão viver esses nossos dias de advogadas. A violência doméstica tira da mulher a oportunidade de viver”.
A advogada e vice-presidente da Comissão de Estudos Sobre Violência de Gênero da OAB Paraná (Cevige), Sandra Lia Bazzo Barwinski, participou de um talk show. Especialistas abordaram o tema feminicídio e os aspectos culturais que permeiam a violência contra a mulher.
“Considerando uma pirâmide em que o topo é feminicídio, na base estão o micro-machismo, as micro-violências, práticas sociais, estereótipos, formas tradicionais do que é ser homem e o que é ser mulher”.