Produtos direcionados a diabéticos elaborados por pesquisadores da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), em Guarapuava, já são uma realidade. Orientado pelo biomédico Dr. Carlos Ricardo Maneck Malfatti, o grupo composto por 15 pessoas, há cerca de nove anos, iniciou a pesquisa. O estudo resultou em dois produtos: um deles, a cerveja artesanal, intitulada “Camponesa”.
Essa bebida possui propriedades já comprovadas em estudos pré-clínicos, mostrando atividade significativa antidiabética. O outro é iogurte enriquecido com bioativos de importância clínica comprovada. Mas, o que chama a atenção nos dois produtos, oriundos da exploração de uma patente depositada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), é a matéria-prima utilizada: o alecrim do campo (nome popular).
Porém, nessa nova fase, o desafio é conquistar o mercado da indústria de alimentos. Assim, a pesquisa financiada pelo Governo do Paraná, passará por novas fases de testes clínicos. Serão envolvidos pacientes e produção de novos gêneros alimentícios, além de atrair apoio internacional para seu desenvolvimento. O estudo conta com o apoio da Secretaria de Estado do Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da deputada estadual Cristina Silvestri (Cidadania).
Para isso, a equipe responsável pela aplicação do projeto já foi selecionada e agora integra o Laboratório de Biotecnologia e Ciências Biomédicas (Biomed), da Unicentro. A coordenação é do professor Doutor Carlos Ricardo Maneck Malfatti, PhD em Bioquímica e professor associado da Unicentro.
PESQUISA
De acordo com pesquisadores, na primeira fase do projeto, confirmou-se a redução da glicemia no sangue por meio da ingestão da cerveja e iogurte com extrato de alecrim-do-campo. “Foram longos anos pesquisando as propriedades do alecrim na prevenção e controle do diabetes. Agora sabemos que ele colabora para a melhoria da qualidade de vida reduzindo os níveis de açúcar no sangue”, conta o Dr. Malfatti.
No final de 2018 o projeto foi levado para Lisboa, Portugal, em Encontro Internacional de Medicina Natural. Lá foi possível o contato e prospecção de parcerias com empresários de várias nacionalidades. De acordo com Dr. Mafatti, foi um grande passo. “A pesquisa só é reconhecida efetivamente quando existe o apoio não só do governo, mas também das empresas, que podem financiar a aplicabilidade do conhecimento gerado na universidade para a sociedade”, explica o Dr. Malfatti.
INVESTIDOR EUROPEU
Atualmente a equipe está em contato com um investidor e empresário europeu que pretende apoiar o projeto. Há contatos também com pesquisadores internacionais que podem acrescentar conhecimento e técnicas de estudo. A possibilidade é estender o uso do alecrim-do-campo em diferentes produtos voltados à promoção da saúde.
Conforme informações, os próximos produtos estão em fase de estudo e de testes sensoriais. Entretanto, já se adianta que em breve, o mercado poder ter, além da cerveja, um iogurte, Petit, e um refrigerante orgânico. Esses produtos também serão recomendados para diabéticos ou para quem quiser cuidar melhor da saúde.