22/08/2023


Cotidiano Região

Cavaleiros revivem o tropeirismo e marcam o início da Festa do Charque em Candói

Por estar situado na rota da estrada das missões, o município também incorporou essa tradição

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Cavaleiros relembram o tropeirismo (Foto: Ascom/Prefeitura de Candói)

Candói já está vivendo mais uma edição da Festa Nacional do Charque. A largada foi nesta quarta (21) quando cerca de 130 cavaleiros iniciaram um percurso de 77 quilômetros. Por estar situado na rota da estrada das missões, o município também incorporou a tradição do tropeirismo. Marcado pelo trote do cavalo, o percurso reúne cavaleiros de Candói, Mangueirinha, Reserva do Iguaçu, São João e São Jorge D’Oeste.

São remanescentes dos antigos tropeiros que resistem ao tempo e preservam uma antiga tradição. Vestidos com indumentária típica, com botas, esporas, bombacha, lenço no pescoço, os tropeiros não esquecem a longa capa que protege a si e ao animal. Muitos levam na garupa, a gaita e o violão.

A ranha e as princesas da Festa do Charque também fazem o percursos (Foto: Ascom/Prefeitura)

São homens, mulheres e crianças que deixam os afazeres diários e se entregam a três dias de aventura, pautada pelo reencontro, pela amizade.

De acordo com um dos organizadores da cavalgada, Nilmar Pussinini, o circuito é uma atração à parte. “Além das belas paisagens, rios e cachoeiras estão no caminho que começa e termina na localidade de Divisa”.

Conforme disse Pussinini, causos, música e até negócios marcam o trajeto dos cavaleiros. “Eles trocam cavalos, cantam, dançam, relembram histórias”.

Autoridades na abertura da cavalgada da Integração (Foto: Ascom/Prefeitura)

O FOGO DE CHÃO

As tertúlias ao pé do fogo de chão, o chiar da água na chaleira para o chimarrão, a panela no fogo, marcam as noites nas para os pousos. Assim os pernoites são em fazendas ou em centros comunitários de assentamentos. “Estão marcados dois bailes. Na noite desta quarta será na propriedade de Adão Lopes, com o Grupo Jeito Garoto”.

Já o almoço desta quinta (22), perto do Parque Santa Clara, terá costela de chão. Afinal, a culinária típica não poderia faltar. É o feijão tropeiro, o arroz carreteiro, o café, que são saboreados entre um causo e outro.

Cavaleiros se reúnem anualmente em Candói (Foto: Ascom/Prefeitura)

Assim, no final do percurso, perto das 12h de sábado (24), todos estarão de volta. Os cavaleiros e amazonas chegam no Centro de Eventos Antônio Loures Alves para o primeiro almoço à base de charque. Principal alimento dos tropeiros, o charque e tornou-se o prato principal da festa que já possui expressão nacional.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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