A Justiça Federal reconheceu a Araupel como a legítima proprietária das áreas Pousada (Projeto 4) e Fazendinha. Ambas estão situadas na Fazenda Rio das Cobras, em Quedas do Iguaçu, no Centro-Oeste do Paraná. A decisão da 2ª Vara Federal de Cascavel foi publicada nessa segunda (19).
De acordo com a empresa, a sentença decorre de ação civil pública de autoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Advocacia Geral da União (AGU).
Os órgãos questionavam a validade do título dominial de uma área de aproximadamente 10 mil hectares, que foi invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 2014.
Portanto, a decisão judicial é favorável à Araupel, em detrimento do Incra e da AGU. Esses órgãos pleiteavam que as propriedades eram da União. Porém, no texto, a juíza julga como “improcedentes” os pedidos dos autores da ação.
Localizada no município de Quedas do Iguaçu, a cerca de 175 quilômetros de Guarapuava, o imóvel Rio das Cobras possui 24 mil hectares. Porém, a primeira de uma série de invasões pelo MST foi em 2003. Assim, outras áreas da empresa também foram ocupadas.
De acordo com o histórico da Araupel, ao longo desse período, é grande a incidência de crimes contra a fauna e a flora nativas, depredações e roubo de florestas plantadas. Além disso, funcionários da empresa foram frequentemente impedidos de acessar a matéria prima destinada à industrialização.
Entretanto, a expectativa da empresa é de que a partir da confirmação da titularidade da área, a reintegração de posse seja cumprida.
A EMPRESA
Com sede em Quedas do Iguaçu, desde 1972, a Araupel é ‘peso-pesado’ na economia do município. Assim, é a responsável por cerca de 60% da movimentação econômica da cidade.
Responsável por 1.532 empregos diretos, dos quais 836 em Quedas do Iguaçu, a empresa possui um complexo industrial de 43 mil m² de área construída.
De acordo com a Araupel, o local compreende serraria, estufas, manufatura, depósito de estocagem de produtos e outras instalações. São resultados de melhorias constantes, o que inclui a preparação e treinamento de colaboradores.
Entretanto, a empresa convive também com o outro ‘lado da moeda’. Em 2018 a empresa fechou o setor de silvicultura, com a demissão de 147 trabalhadores. Conforme a empresa, invasores impediam a entrada para o plantio de mudas.
Além disso, colaboradores, familiares, terceirizados vivem em insegurança pública e jurídica. Essa situação também afetou a economia do município. Conforme disse a empresa, a operação florestal está interrompida desde 2015. As atividades de plantio estão paradas.
Além desses prejuízos, a empresa denuncia roubo de madeira, desde 2014. Portanto, já são 120 mil toneladas de Araucária e 65 mil toneladas de Pinus.
O corte a foice de cerca de dois mil hectares de pinus jovem de 0 a cinco anos é outro agravante. Assim como a perda estimada de quatro mil hectares entre devastação e roubo. Isso equivale a um total de 15 mil hectares de florestas plantadas de pinus, araucária e eucalipto. Já a operação industrial sofreu redução da capacidade produtiva e no número de funcionários.
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