22/08/2023


Educação Guarapuava

Equipe da UTFPR Guarapuava, fica em 4º em competição internacional

Equipe criou o protótipo de um carro que gastou apenas 42 ml de gasolina para andar sete quilômetros, o que dá uma média de 140,9 km/l

Shell-EcoMarathon1

‘Engenhoca’ e a equipe do campus Guarapuava da UTFPR (Foto: Divulgação/UTFPR)

Uma ‘engenhoca’ criada por alunos de engenharia da Universidade Tecnológica Federal, campus de Guarapuava, vence distâncias. O protótipo de um veículo criado pelos alunos ficou em quatro lugar na categoria ‘gasolina’ na Shell Eco-Marathon. De acordo com o campus, trata-se de uma competição internacional e eficiência energética organizada pela Shell, no Rio de Janeiro.

De acordo com a UTFPR, a competição reúne equipes da América Latina, como Argentina, Colômbia, Bolívia e até mesmo o México. A participação na Shell Brasil é para universitários, incentivando ainda mais o desenvolvimento dos futuros engenheiros. Assim, o objetivo é descobrir novos talentos e incentivar a busca pelo consumo sustentável.

A UTEco, projeto desenvolvido no campus de Guarapuava, levou para a Shell Eco-Marathon Brasil, o protótipo de um veículo para andar a maior distância possível com a menor quantidade de combustível. Conforme os participantes do campus Guarapuava, a pista possuía cerca de sete quilômetros. O projeto de Guarapuava gastou apenas 42 ml de gasolina, o que dá uma média de 140,9 km/l. De acordo com a UTFPR, essa marca foi histórica para a UTEco.

A EXPERIÊNCIA

Para o  estudante de engenharia civil, Ary Vinicius participar de um projeto da proporção do UTECO e de uma competição internacional com mais de 20 inscritos “é algo incrível”. De acordo com Ary, um projeto deste necessita de muito planejamento, organização e uma equipe multidisciplinar e engajada.

“Construir um carro é algo incrível para nós estudantes, porém fazer com seja eficiente é um desafio muito grande. Por isso a equipe divide as atividades para cada grupo focar as atenções para fazer o melhor em cada especialidade. Como um estudante de Engenharia Civil, pude contribuir muito na parte elétrica do carro, onde conseguimos um sistema simples, eficaz e confiável”.

De acordo com o estudante, no período de preparação foi necessária dedicação para que tudo fosse construído e que funcionasse. “Ao final da montagem tem-se uma sensação muito boa de que todo o projeto e tempo investido no carro valeu a pena. Na competição este sentimento é ainda maior, ver todas as equipes se preparando para dar seu melhor, fazendo os ajustes finais e depois toda tensão esperando as inspeções e resultados é uma experiência, com certeza, única.”

“É ENGENHARIA”

Outro estudante, Carlos E. Maia disse que a Shell 2019 foi uma “competição sensacional”. Enquanto projetamos e construímos o carro aqui em Guarapuava, pudemos ver alguns vídeos e fotos das outras equipes se preparando e se dedicando, mas quando chegamos lá, é outro universo.

Estar no meio de diversas pessoas talentosas e dedicadas, trabalhando duro para colocar o carro na pista e passar pela inspeção de segurança é um sentimento incrível, fora o aprendizado de chegar perto dos trabalhos de outras equipes assim como eles vieram conhecer o nosso projeto, essa troca de informações nos proporciona um conhecimento que nunca teríamos se continuássemos presos às salas de aula e teorias da faculdade.

Como membro da equipe, Carlos foi o responsável pela parte estrutural e segurança do piloto. “Consegui aplicar de forma prática coisas que tinha visto em sala de aula. Porém, somente estudei de verdade no UTECO, pois começou a ficar divertido correr atrás de soluções. E para mim, esse desafio de ter que ser eficiente, diminuir consumo, reduzir peso e atrito, entre outros problemas que nascem do nada, isso é engenharia”.

Atualmente a UTECO trabalha em otimizar a utilização da gasolina, tentando ajudar a melhorar o consumo desse recurso até que as energias renováveis possam efetivamente sustentar a demanda energética. Para 2020 a UTEco pretende subir a marca cada vez mais, e desenvolver o veículo que já tem para aprimorá-lo até ao máximo potencial dele, buscando novos membros e novos parceiros.

Equipe de estudantes no RJ (Foto: Divulgação/UTFPR)

DESAFIOS

A competição em si não foi o único desafio enfrentado pelos estudantes. Uma espécie de ‘diário de bordo’ registrou desde a saída até a chegada na competição. Acompanhe:

“Dia 15 de Setembro: Junto com a equipe Pé Vermelho da UTFPR de Medianeira começamos nossa viagem rumo ao Rio de Janeiro, passando quase 20 horas na estrada até chegar no Rio de Janeiro no dia 16.

Dia 16 de Setembro: Ao chegar no Rio de Janeiro fomos direto para o Pier Mauá, o local da competição, e desembarcamos o carro, juntamente com todas as nossa ferramentas. Fizemos o check-in da equipe e seguimos para os boxes. Assim que chegamos, começamos os trabalhos de montagem do veículo e organização das ferramentas.

O maior problema foi a instalação da carenagem, que acabou amassando na viagem, e tivemos que reajustar completamente. Foi feito o ajuste fino dos freios e da direção e ligamos o motor para testar o funcionamento dos componentes elétricos. Novamente foi ajustado o mapa da injeção para o Rio de Janeiro.

A INSPEÇÃO

Dia 17 de Setembro: A inspeção de segurança começou nesse dia, então na parte da manhã terminamos todo o serviço, e no meio da tarde entramos na fila para a inspeção, mas infelizmente, pelo tamanho da fila, não pudemos passar, e ficamos para o dia seguinte.

Dia 18 de setembro: Logo de manhã fomos para inspeção e passamos por todos os testes, ganhando o selo de aprovação da Shell, e fomos para o primeiro treino. O carro não completou a volta, e foi preciso ajustar o mapa novamente. Pela tarde tentamos uma volta válida, mas o carro teve problema na transmissão e não completamos. Corrigimos e fizemos mais um treino para não fechar o dia em branco.

Dia 19 de setembro: O dia derradeiro. Partimos para a fila da pista, tentando mais uma volta válida, mas infelizmente outro problema na transmissão nos impediu de completar a volta. Voltamos para os boxes, corrigimos, mas apenas à tarde fizemos nossa volta válida completa. A pista possuía cerca de 7 km, e gastamos apenas 42 ml de gasolina, o que dá uma média de 140,9 km/l. Essa marca foi histórica para a UTEco, uma equipe jovem de um Campus jovem, e uma marca que nos garantiu o 4º lugar na competição, na categoria gasolina”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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