22/08/2023
Segurança

Jornalista tem documentos clonados por quadrilheiro

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O jornalista Dennis Jorge Migliorini (foto), 27 anos, de Laranjeiras do Sul, viveu um “inferno astral” desde que seus documentos foram clonados por um quadrilheiro. A falsificação aconteceu depois que o jovem postou documentos em sites de relacionamentos em busca de emprego. Por quase três anos o jornalista teve que provar à polícia que nunca arrombou caixas eletrônicos.
A alteração na rotina do jovem que vive e trabalha em Laranjeiras do Sul começou em 2008 quando a polícia de Joinvile (SC) prendeu um “caixeiro” (denominação dada a quem arromba caixas eletrônicos de agências bancárias). O homem se identificou como sendo Dennis Jorge Migliorini. Após alguns dias de prisão, o estelionatário que pertence a uma quadrilha de Joinvile foi posto em liberdade provisória. Ele já foi preso em várias cidades brasileiras e cada vez que o arrombador é preso o jornalista tem que explicar à polícia que não é autor de nenhum dos delitos cometidos pelo criminoso. Um dos principais argumentos de Dennis é que o falsário possui um dragão e uma flor de lótus tatuados no braço direito. O jornalista não possui tatuagem no corpo.
Em entrevista concedida a Gazeta de Joinville sobre o caso, o delegado Marcel Araújo de Oliveira, da Polícia Civil do município catarinense disse que não se sabe qual é o nome verdadeiro do arrombador e estelionatário.

A primeira vez que Dennis Migliorini foi procurado pela polícia foi em novembro de 2008. O jornalista foi surpreendido com uma ligação feita por um delegado da Polícia Federal contando que a polícia estava à sua procura. Começa aí uma maratona por várias delegacias do País para provar que nunca cometeu nenhum crime.
Tempos depois quando Dennis resolveu trocar o número do seu telefone celular descobriu que existiam outros números cadastrados em seu nome e que estavam sendo utilizados em várias cidades brasileiras. “Em maio deste ano recebi uma carta de um delegado do Rio Grande do Norte, em Natal, relatando que eu era procurado por roubar um caixa eletrônico. Depois recebi mais contatos da polícia dizendo que eu era acusado de furtos no Pará”, contou o jornalista ao jornal catarinense.
Hoje Dennis conseguiu se livrar dos processos e anunciar que vai entrar com ação indenizatória contra a União. O jornalista argumenta que por conta da clonagem dos seus documentos e da perseguição policial trocou de endereço, não conseguiu arrumar emprego e teve seu nome estampado nas páginas policiais de vários jornais do País.
De acordo com o jornal Correio do Povo, de Laranjeiras do Sul, jornais como o Correio Braziliense, Jornal de Brasília e Diário Catarinense publicaram a notícia. “Fica sujo pra mim, sendo que nunca fiz isso e nunca fui pra Brasília”, lamentou o jornalista na matéria publicada pelo diário laranjeirense. O contato com o jornalista é difícil. Seu celular está sempre desligado e na casa dos seus pais ninguém atendeu as ligações telefônicas feitas pela Rede Sul de Notícias. Dennis já trabalhou na RSN.

FONTE: Jacson Almeida  (Gazeta de Joinville) e Jornal Correio do Povo (LS)

Foto/ Blog de Dennis Migliorini 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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