22/08/2023
Política

Fruet defende investigação sobre uso de fundos de pensão e estatais

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), defendeu nesta segunda-feira (9) ampla investigação sobre a atuação de fundos de pensão e estatais na montagem de dossiês contra opositores do governo Lula.  O tucano reagiu às afirmações do advogado Gerardo Xavier Santiago, ex-gerente executivo da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), que, em entrevista à revista "Veja", admitiu ter participado de uma central de montagem de dossiês contra, entre outros, o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen e o ex-governador de São Paulo José Serra.
“Embora não seja surpreendente, diante do histórico dos últimos anos nesta área, isto é muito sério e deve ser apurado e punido exemplarmente, para que se restaure a necessária blindagem das instituições envolvidas”, disse Fruet. O deputado vai sugerir ao partido que ingresse com representações no Ministério Público, na Controladoria Geral da União, na Secretaria de Previdência Complementar e na Comissão de Valores Mobiliários, além de promover uma fiscalização via Congresso Nacional, com apoio do Tribunal de Contas da União.
A “fábrica de dossiês” denunciada por Santiago agiu, segundo publicou hoje o jornal "O Globo", durante um dos momentos mais tensos do governo Lula: a crise do mensalão. O advogado disse ao jornal que fez parte de uma força-tarefa montada a pedido do governo federal para elaborar um relatório alternativo à CPMI dos Correios e colher dados contra adversários.
“Isto mostra o uso indevido da estrutura dos fundos de pensão, que têm por finalidade proteger o dinheiro dos beneficiários e não podem ser usados em benefício de interesses partidários”, observou Gustavo Fruet, que foi sub-relator de movimentações financeiras da CPMI.
De acordo com Santiago, a Previ montou uma rede de conselheiros ligados ao PT em empresas nas quais o fundo tem participação, com o objetivo de captar doações dessas empresas para beneficiar o partido. Ele informou que faziam parte da força-tarefa técnicos do Banco do Brasil, Petrobras e Caixa Econômica Federal, bem como de seus respectivos fundos de pensão, Previ, Petros e Funcef.
“Isto comprova o que vínhamos denunciando há muito tempo sobre a tendência verificada neste governo de vazamento de dados sigilosos, fabricação de dossiês e quebra da blindagem de instituições até então intocáveis”, afirmou Gustavo Fruet. O deputado lembra os casos recentes da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa e do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. “Um dia é a Receita Federal, no outro os Correios, depois a Caixa. E assim se vai aparelhando e usando politicamente instituições que devem estar acima de governos e partidos”, criticou Fruet. (Da assessoria)

Cristina Esteche

Jornalista

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