22/08/2023
Cotidiano

Som alto na Expogua “atormenta” moradores

O Código de Posturas do Município é claro quando restringe o volume do som a 60 decibéis em período noturno e em 70 decibéis durante o dia. A lei, porém, não está sendo cumprida pela organização da Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava, a Expogua. O volume excessivo do som, principalmente, após às 22 horas (é nesse horário que começa o show principal da noite) até a madrugada está atormentando a vida de famílias que moram no entorno do Parque Lacerda Werneck. Com o vento o som se propaga e atinge residências em vilas próximas até a Rua Guaíra, no centro da cidade.
"Moro na rua Guaíra, e dependendo do vento, parece que estou dentro da Expoguá", afirma o jornalista Claudio Aguiar em contato com a RSN.
"Nunca foi respeitado o Código de Postura do Municí¬pio e quem mais sofre com tal situação, são os hospitais. No Guarapuava Esporte Clube, a situação é idêntica no Carnaval", observa o tributarista Edson Luiz de Athaíde.
"Tenho lido os comentários sobre o barulho da Expogua e concordo com tudo pois moro perto do parque. Quero acrescentar que está pior do que informou o último internauta.Os shows tem inicio à meia noite e terminam a 1 hora da madrugada! Eem seguida inicia-se a gritaria e tumultos das pessoas que saem do referido parque.E como todos sabemos nem uma autoridade se manifesta e ficamos todos submissos a estes abusos", diz a internauta Maria Helena.

Claudio Aguiar defende a transferência do Parque para um local adequado e que tenha condições de sediar shows e outros eventos afins.

"Devemos pensar num espaço para acomodar um público superior a 30 mil pessoas, com sanitários, acesso, estacionamento, e estrutura para os expositores", diz.

O fiscal do Instituto Ambiental do Paraná (IAP),  em Guarapuava, Niceu Cezar de Oliveira, disse que notificou o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Nelson Marcondes, já que a entidade é a promotora da Expogua. “Fui no Parque e fiz medições em cinco pontos distintos. Encontrei volume de 94 decibéis quando o máximo permitido é de 60 decibéis no período noturno”, afirmou. O som alto, segundo Niceu, acontece durante o rodeio. “Tivemos uma denúncia e no dia seguinte após a notificação a pessoa nos ligou agradecendo”.  Nelson Marcondes não foi encontrado para comentar o assunto. A RSN também procurou o diretor administrativo da Sociedade Rural, Jorge Antonio Caldas Junior, mas ele não retornou as ligações.
De acordo com Niceu, o som com volume excessivo se enquadra como perturbação do sossego não dentro da legislação ambiental. Assim sendo, trata-se de competência policial e do Ministério Público. “As pessoas que se sentem incomodadas devem fazer uma representação para que o MP ou a polícia tomem as medidas cabíveis”, esclarece.

Cristina Esteche

Jornalista

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