22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Há mais de 84 anos a ‘Família Góes’ ajuda no desenvolvimento da cidade

O 'G' de Góes é o 'G' de Guarapuava, observa o secretário municipal de saúde, Celso Góes. Família faz parte da história do município

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Aramis e o filho Celso Góes (Foto: Divulgação)

*Reportagem com vídeo

Guarapuava, assim como todas as cidades, é feita por pessoas. E ao completar 200 anos de emancipação política, o Portal RSN destaca empresas, pessoas e famílias, que contribuem para o seu desenvolvimento. Uma dessa famílias é a Góes. O patriarca, Aramis, nasceu em Guarapuava há 84 anos. Assim, faz parte da terceira geração dos ‘Góes’ nascidos no município.

Conforme a história da família, seus bisavós, descendentes de portugueses, deixaram o interior de São Paulo na primeira metade do século XIX em busca de novas terras e oportunidades. Fixaram raízes em Guarapuava. Aqui nasceu seu avô, João Pedro, em 1850, um ano depois da criação da Vila Nossa Senhora de Belém de Guarapuava e 21 anos antes dela ser elevada a cidade.

De acordo com a família, João Pedro de Góes casou com a gaúcha Adelayde Alves de Abreu na Paróquia Nossa Senhora de Belém, em 1874. Com ela, foi morar no alto da Serra da Esperança e cultivar as terras logo abaixo. Tiveram 11 filhos.

A FAMÍLIA CRESCEU

A família, que era chamada de sentinela do Terceiro Planalto, cresceu. A maioria ficou por ali mesmo, na Serrinha, também conhecida como ‘Serrinha dos Góes’. Foi o que aconteceu com o pai de Aramis, João de Góes Jr, o primeiro a deixar a agricultura para trabalhar no comércio.

Como a estrada que levava até Foz do Iguaçu passava bem em frente a sua propriedade, ele podia atender a população com a venda de secos e molhados, tecidos e ferramentas para lavoura. E ainda abrigava os carroceiros, que viajavam por meses transportando mercadorias. Era um ponto comercial e local de pouso e prosa.

Também era na casa de comércio dos Góes, ali na Serrinha, que pessoas doentes, sem condições de pagar um médico, recorriam para conseguir remédio de graça. Assim como fazia com seus filhos, ele tratava a todos com homeopatia, uma novidade na época.

Assim, conta a história que o negócio de João foi muito bem até a estrada ser desativada com a construção de uma nova. A partir daí, os fregueses e os viajantes minguaram e a família foi montar novos comércios em outros lugares.

O RETORNO A GUARAPUAVA

Aramis, que havia saído de casa aos 13 anos para estudar e trabalhar em Ponta Grossa, passou então por Campo Mourão e Curitiba. Retornou a Guarapuava para servir o Exército e trabalhar na empresa Madeirit. Com pouco mais de 20 anos foi chamado pelo irmão Osmário, que assumiu um cartório de registro de imóveis, para ocupar seu lugar no comércio aberto pela família em Laranjeiras do Sul.

Atendeu contrariado, porque a vontade mesmo era de retomar os estudos e se formar em medicina. Em Laranjeiras do Sul conheceu sua futura esposa, Neli Aparecida Piemontez. Anos depois, nova empreitada: junto com irmãos e cunhado, Aramis abriu o primeiro comércio de móveis de Cascavel. Atendia toda a Região e vendia até para o Paraguai.

Em 1967 voltou a Guarapuava, desta vez para ficar. Com a experiência da loja de Cascavel, criou a Móveis Alvorada e, mais tarde, também uma lanchonete, que administrava junto com a esposa, Neli. Quando já pensava em se aposentar, veio o convite dos mantenedores do Hospital São Vicente, que passava por uma situação financeira difícil, para cuidar do departamento de compras.

Assim, para quem sonhava em ser médico, foi a chance de atuar da área da saúde. Ficou 13 anos no hospital e só saiu para trabalhar no laboratório da família, onde está até hoje.

O ORGULHO DE SER GUARAPUAVANO

Ainda ativo e com uma memória invejável, Aramis não esconde seu amor por Guarapuava e o orgulho que tem da família. Porém, ao contrário dele, que não pôde concluir os estudos, os três filhos têm curso superior. Celso, que é o secretário de Saúde do município, já foi secretário de esportes e secretário executivo, é farmacêutico bioquímico formado pela UFPR. Simara é farmacêutica, diretora do laboratório Goés e Sandra Iara é economista. Dos sete netos, três são dentistas, dois médicos e um advogado.

Assim, com o passar dos anos, Aramis e Neli, que vão completar 60 anos de casados, têm ainda três bisnetos – a sexta geração dos Góes em Guarapuava. E assim, como a família de Aramis, mais de 700 guarapuavanos descendem do casal de pioneiros João Pedro e Adelayde, os sentinelas do Terceiro Planalto.

Confira o vídeo!

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Cristina Esteche

Jornalista

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