Entre as aulas e os livros de Direito, o então acadêmico Clèmerson Merlin Clève deixava a caneta fluir livremente pelas folhas de papel. Era o final dos anos 70. Período ainda anterior da deflagração do processo de democratização pela qual passaria o país. Assim, a inspiração materializava lembranças.
Porém, 10 depois, em 1980, os poemas foram colecionados num livro. A obra foi encaminhada para a Bienal Nestlé de Literatura e depois para o Concurso Nestlé de Literatura. Sem atingir o seu objetivo, a coletânea ficou esquecida numa gaveta, por mais de 30 anos.
Todavia, a veia literária correu solta e forte. Assim, o então acadêmico publicou artigos, contos, narrativas e poemas. Ganhou prêmios em concursos estaduais e nacionais. Dramaturgo, como autor teve peça classificada em segundo lugar no Concurso Estadual de Dramaturgia.
PALAVRAS
Contudo, os prêmios não pararam por aí. Mas paralelamente, nesse período Clèmerson mergulhou no Direito. Tornou-se advogado e professor universitário em Curitiba. Jurista renomado, é autor de inúmeros livros nas áreas de direito constitucional e administrativo. É também Presidente do Complexo de Ensino Superior do Brasil, a UniBrasil.
Agora, num traçado entre o passado e o presente, Clèmerson solta as palavras escritas e guardadas na gaveta. Assim, surge, então, a obra ‘Amor Fati’. Como o autor diz, “são poemas da idade jovem em tempos sombrios”.
E como diz a professora Adriana Sydor, que assina o prefácio do livro, Clèmerson “trouxe das suas memórias um jeito delicado, forte, sensível e conciso de falar de assuntos assustadores. E também uma maneira de falar do belo, da natureza, a humana e a imprecisa como baixar o sol na linha d´água: todo dia igual, todo igual diferente”.
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