22/08/2023

Kundun mostra espetáculo premiado hoje (4) em Ponta Grossa

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O Kundun Balê se prepara para o show da noite deste sábado (4), no Cine Teatro Ópera em Ponta Grossa. A companhia de música e dança afro do Quilombo Paiol de Telha já está no teatro e faz os últimos ajustes para mostrar o espetáculo Acorda Raça, às 20 horas. A entrada é gratuita.

Contemplada com o I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afrobrasileiras patrocinado pela Petrobras, com a realização do Centro de Apoio ao Desenvolvimento (CADON) em parceria com o Ministério da Cultura e Fundação Palmares, a Companhia quilombola leva para o palco o “Acorda Raça!”, um show descontraído, onde a performance dos bailarinos e a energia que emana do palco deixa o público extasiado.
Em 1h5 de espetáculo o Kundun Balê, ou Aquele que Realiza, na língua Conde, traça uma analogia entre figuras africanas e ícones do folclore brasileiro. A intenção na proposta do show é de mostrar que cada ser humano é capaz de fazer, de dançar, de tocar, de criar, de descobrir o seu próprio talento a partir do momento que assume o desejo de superação, de visualizar uma meta e correr atrás dela. Por isso, o Kundun Balê busca a prática dessa teoria no exemplo legado por seus ancestrais que mesmo escravizados contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento sócio-econômico-cultural desta nação chamada Brasil. O “Acorda Raça” é um chamado para essa conscientização. Nesse sentido o Kundun fez a lição de casa e conhece o ensinamento na ponta da língua, ou melhor, nas mãos, nos pés, no corpo em toda a sua extensão.
Antes de setembro de 2006 quando o Kundun Balê foi idealizado e criado pelo educador e percussionista Orlando Silva, as crianças e jovens quilombolas tinham um conhecimento restrito sobre a sua história e desconheciam o próprio talento. “Eu fui levado pela minha esposa para fazer um trabalho no quilombo para um evento, mas quando percebi o talento e a determinação das crianças e dos adolescentes não saí mais de lá. Já são quatro anos de trabalho voluntário e muito sucesso”, diz Orlando Silva. Primeiro foi a dança. Em 15 dias o Kundun já tinha uma apresentação montada e fez uma Maratona Cultural pelo Norte do Paraná. “Chegamos a fazer até quatro apresentações num único dia”, lembra Michelle Ribeiro, a Dandara. “O Korin chegava nas escolas procurando o lixo para tocar”, diz Leonardo Camargo Soares da Cruz, o Kunta. Logo veio o novo desafio. Os bailarinos já tinham sido descobertos, faltava o grupo de percussão. “Inicialmente, pensei em fazer um trabalho com os pais, mas não houve interesse. Então peguei as crianças e adolescentes que não tinham aptidão para a dança e para minha surpresa eles se revelaram percussionistas”, diz Orlando.
Cerca de quatro anos depois, o talento, a determinação, a superação, a luta e muita garra marcam a trajetória do Kundun Balê – Quilombo Paiol de Telha.
A companhia quilombola traz no seu repertório um rol de conquistas, entre as quais o sub-programa Diálogos Culturais (Universidade sem Fronteiras), em parceria com o Governo do Paraná.
Já são mais de 120 apresentações pelos palcos paranaenses e de São Paulo; montagem de quatro shows (Fogo da Justiça, Acorda Raça, Encanto de Três Raças e a re-leitura do Acorda Raça); participações durante três anos consecutivos no FERA (Festival de Arte da Rede Estudantil), promovido pelo Governo do Paraná; documentário produzido pela TVE do Paraná (Kundun – Escravos da Liberdade); estreia por dois ano consecutivos no Teatro Guaíra em Curitiba; Comenda Zumbi dos Palmares concedido pelo Consulado do Senegal e Assembleia Legislativa do Paraná; o convênio assinado com a Associação Cultural Ilê Axé Abassá de Ogum, de Salvador para a criação do afoxé Utamaduni que vai mostrar o som negro do Paraná na Bahia no Carnaval de 2011 e agora o I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras patrocinado pela Petrobras, com a realização do Centro de Apoio ao Desenvolvimento (CADON) em parceria com o Ministério da Cultura e Fundação Palmares,

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Cristina Esteche

Jornalista

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