A sexta (21) começou com a cotação do dólar superando a casa dos R$ 4,40. De acordo com o mercado financeiro, esta é a primeira vez que a moeda norte-americana atinge este patamar. Assim, esta é quinta alta nesta semana.
Entre as causas que provocaram essa disparada está o coronavírus. Conforme o mercado financeiro, a alta é reflexo da cautela de investidores com a doença. O coronavírus afeta a economia chinesa e global, com impacto no Produto Interno Bruto (PIB).
Outra causa apontada por analistas financeiros na imprensa nacional é a redução do juro básico a 4,25%. Assim, essa condição faz com que investidores estrangeiros busquem outros mercados para aplicar os recursos. Dessa forma reduz o capital estrangeiro no Brasil.
COMENTÁRIOS DE GUEDES
Porém, há quem defenda que os comentários o ministro da Economia, Paulo Guedes contribuíram para o recorde da moeda norte-americana.
É que na segunda (25), em Washington, Guedes disse que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 (Ato Institucional nº 5). A justificativa é uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil.
Para quem desconhece, o AI-5 foi editado em 1968, durante a ditadura militar. Com o ato a repressão aumentou, militantes da esquerda armada mortos e desaparecidos.
Outro comentário de Guedes nos Estados Unidos, é que uma redução da taxa básica de juros, faz com a cotação de equilíbrio do dólar tende a um “lugar mais alto”. Conforme o ministro, o Brasil tem uma moeda forte. Portanto, segundo Guedes, flutuações no câmbio não são motivo de preocupação.
‘PROBLEMA ESTRUTURAL’
Entretanto, o analista Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, em entrevista à editoria de economia do UOL, diz que a fala de Paulo Guedes’ foi infeliz’. Porém, não é a causa da alta do dólar.
De acordo com o analista, se o mercado estivesse reagindo a uma possibilidade de ruptura política, a Bolsa de Valores e o risco-Brasil teriam variações “em modo pânico”. Entretanto, isso não ocorreu. Conforme Salomão, o principal fator para a desvalorização do real é a perspectiva de crescimento do PIB a menos de 1%. “Investidores não compraram a retomada do Brasil, e essa convicção só virá com crescimento”.
Conforme o analista disse ao UOL, o desinteresse internacional no mercado brasileiro ficou evidente com o fracasso dos leilões de áreas do pré-sal, no início do mês.
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