Neste domingo (15), completa 5 anos da morte do agente penitenciário Marcelo Pinheiro. O agente de 31 anos foi morto na noite do dia 15 de março de 2015, no antigo CRAG – Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava. Desde janeiro de 2019, o semiaberto deixou de existir e as instalações abrigam a PEG UP – Penitenciária Estadual de Guarapuava – Unidade de Progressão.
Uma agente penitenciária ouvida pelo Portal RSN para a Websérie “Liberdade Vigiada”, estava trabalhando na noite do crime. De acordo com ela, que é agente penitenciária há 12 anos, Marcelo foi morto a tiros, por ex-presos que invadiram o semiaberto.
“Foi por volta das 23h, eu estava na recepção quando ouvimos os tiros. Os agentes desceram correndo e já subiram avisando que tinham assassinado um agente. Eles invadiram cortando o alambrado”. Marcelo chegou a ser socorrido pelo Samu, mas não resistiu aos tiros. A missa em memória do agente será na igreja Perpétua Socorro, no bairro Morro Alto às 19h.
UMA HISTÓRIA DE AMOR INTERROMPIDA
A viúva Angélica Pinheiro, de 36 anos falou com exclusividade ao Portal RSN. Ela disse que a história do casal começou quando os dois ainda eram crianças. “Somos no interior de São Paulo e nos conhecíamos desde pequenos, 4 anos de idade. Estudamos juntos. Aí um dia nos encontramos, casamos, viemos para Guarapuava. Entre namoro e casamento ficamos 12 anos juntos”.
Assim, Angélica conta que foi um amor muito bonito entre os dois, e antes do assassinato, o casal tinha planos de construir uma casa e ter filhos. “Depois de tudo isso, a vida mudou, deu um giro de 360 graus. Perdi a pessoa que eu mais amava. Os sonhos mudaram, os projetos, a vida”.
A viúva permanece morando em Guarapuava. Angélica é professora de Ciências e Biologia na Rede Estadual. E lembra com carinho do marido. “Aquele sorriso eu não tenho mais. Parceiro, amigo, brincalhão demais. Nesses cinco anos sem ele, a vida tem sido uma luta. Era o filhão, a minha sogra é uma querida, ele era o filho caçula. Ele ligava pra ela, três quatro vezes ao dia, era muito presente, por mais que estivesse longe”.
Conforme Angélica, é um reaprender a viver, de um jeito dolorido. “Voltei a fazer enfermagem, voltei a estudar. Estou no quarto ano. Me tocou o coração, como eu posso ajudar as pessoas, depois que eu passei essa dor muito grande. Por isso, a enfermagem para mim está sendo muito boa. O meu intuito é ajudar as pessoas, que estão no momento de sofrimento, de dor. Ajudar fisicamente e também no coração, dando apoio e conforto”.
CONDENAÇÃO
Os réus envolvidos na morte do agente penitenciário Marcelo Pinheiro foram condenados a penas que variam entre três e 20 anos de reclusão. Assim, a sentença maior foi contra o réu confesso, José Eziquiel Almeida dos Santos, que na época tinha 28 anos. Ele foi condenado a 20,5 anos em regime fechado, por homicídio qualificado e porte de arma de uso restrito.
Outro condenado é Jefferson Santos Alves, também por homicídio qualificado. Ele estava junto com Eziquiel e ambos invadiram o Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava (CRAG), e atiram contra Marcelo. O agente assistia televisão quando foi surpreendido por tiros.
Assim, Jefferson foi condenado a 18 anos de prisão, também em regime fechado. Por fim, o acusado de ter emprestado a pistola 9 milímetros ao irmão Eziquiel, Osvaldo Maira dos Santos, o ‘Gordo’, foi condenado a três anos em regime aberto.
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