Em 2019 a violência no campo aumentou e o número de assassinatos cresceu em 14% em relação a 2018. Conforme o relatório houve 14% de crescimento no número de assassinatos, passando de 28 para 32; 7% nas tentativas de assassinato, de 28 para 30%. Além de 22% nas ameaças de morte, que passaram de 165 para 201.De acordo com o Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2019 também foi registrado o maior número de assassinatos de lideranças indígenas dos últimos 11 anos. De nove indígenas assassinados em conflitos no campo no ano, sete eram lideranças.
Além disso, mais uma vez os conflitos pela água que, em 2018 já haviam batido recorde com 276, aumentaram vertiginosamente. Foram registrados 77% a mais desse tipo de violência em 2019.
De acordo com a Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB), o relatório foi lançado na sexta (17), Dia Mundial de Luta Camponesa, pela CPT, organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Todavia, por causa da pandemia do Coronavírus, o lançamento foi digital no site e redes sociais da CPT. A publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2019 é a 34ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro. Entre estes. destacam-se indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais.
CONFLITOS BATEM RECORDE
A CPT registrou 1.833 conflitos no campo em 2019. Número 23% maior que em 2018 e o maior número registrado, pela CPT, nos últimos cinco anos. Segundo o organismo, esse número equivale a uma média de cinco conflitos a cada dia.
Dos 1.254 conflitos por terra registrados, 1.206 ocorrências por causa de terrenos, envolveram alguma forma de violência, provocada por supostos proprietários e/ou grileiros. Esse foi o maior número de ocorrências de conflitos por terra já registrado pela CPT desde 1985. Os despejos explodiram na região Sul (450%), Centro-Oeste (114%) e Norte (55%).
AS MULHERES PRESENTES NA LUTA
O relatório aponta também que 102 mulheres sofreram violência. Desse total, três foram assassinadas, 47 foram ameaçadas de morte, três sofreram tentativa de assassinato, cinco foram presas, 15 sofreram intimidação.
Acesse aqui o relatório na íntegra.
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