Cumprindo o Decreto Municipal 7904/2020, a Pérola do Oeste a partir deste sábado (25), vai aumentar a oferta do transporte coletivo na cidade, das 6h às 23h, com suspensão do serviço apenas aos domingos e feriados.
Conforme a assessoria de imprensa da empresa, a operação poderá ter alterações nos próximos dias para adaptação ao cenário, conforme se apresentar a demanda. Os motoristas dos ônibus, por determinação da prefeitura, deverão barrar passageiros que não estiverem utilizando máscaras e não poderão circular nos ônibus e terminais.
De acordo com o diretor geral da Pérola, Ruy Camargo, o setor de transportes ainda não recebeu nenhum tipo de subsídio do Governo. E o aumento das linhas, ainda com as restrições de circulação necessárias para conter o avanço do coronavírus, deve piorar ainda mais a situação da empresa.
“Vamos acatar o decreto municipal, mas precisamos deixar claro para a população que a empresa já está passando por muitas dificuldades financeiras durante este período”.
DEMANDA MENOR
Desde o início da quarentena, a demanda diária total de passageiros em Guarapuava, teve uma queda média de 85%. Isso já estava acarretando grande prejuízo à empresa Pérola do Oeste. Inclusive com dificuldade no cumprimento de folha de pagamento dos colaboradores e não conseguindo honrar com os compromissos de com os fornecedores.
“Hoje o número de pagantes do sistema não cobre nem mesmo o valor do combustível utilizado para manter as linhas que estávamos oferecendo com operação de domingos e feriados”.
Ainda conforme Ruy Camargo, desde o início do contrato a empresa opera com desequilíbrio econômico e neste ano não houve o reajuste anual de tarifa.
COLAPSO NACIONAL
A situação da cidade não é diferente da enfrentada por empresas de transporte coletivo em todo o Brasil. Assim, a NTU (Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos) apresentou aos associados dados que, com a grande queda de passageiros e sem subsídios dos Governos, o setor já demitiu e suspendeu contratos de trabalho de milhares de colaboradores.
Além disso, houve declaração de falência de diversas empresas e eminente situação de colapso do sistema avaliado no país. Segundo o estudo, em algumas situações, as concessionárias inclusive já suspenderam grande parte ou até totalmente a prestação de serviço, por incapacidade econômica de operar.
“O transporte coletivo, embora seja licitado e oferecido por empresas privadas, faz parte de um serviço público essencial. Aqui em Guarapuava, assim como está acontecendo em diversas cidades do Brasil, se não tivermos recursos do Governo, não conseguiremos continuar operando, especialmente porque não temos previsão de quando a receita voltará ao normal”.
GRATUIDADES CONTINUAM EM GRANDE ESCALA
Ainda de acordo com a empresa, contrapondo à diminuição expressiva de passageiros pagantes no transporte coletivo, o fator que chama a atenção no balanço da empresa é a continuidade da ampla utilização do serviço por quem tem direito à gratuidade.
Por fim, grande parte das pessoas com mais de 60 anos continua usando os ônibus com muita frequência, numa média de 25% do total de passageiros e, na maioria das vezes, nos horários de pico.
“Muitos desses passageiros utilizam o transporte seis vezes ao dia, o que está totalmente fora do que tem sido orientado pelo Ministério da Saúde, que especialmente os idosos só saiam de casa em caso de extrema necessidade”.
Leia outras notícias no Portal RSN.