22/08/2023


Brasil Política

Novos depoimentos na Polícia Federal marcam esta quarta em Brasília

Polícia Federal investiga denúncias do ex-ministro Sergio Moro e expõe vídeo do presidente Jair Bolsonaro sobre interferência política para livrar a família

bolsonaro

Novos depoimentos na PF marcam esta quarta em Brasília (Foto: Reprodução/Youtube)

Esta quarta (13) promete ter uma tarde agitada na sede da Polícia Federal em Brasília. Os delegados da PF, Carlos Henrique de Oliveira Souza e Alexandre da Silva Saraiva, serão ouvidos no âmbito do inquérito que apura suposta tentativa de interferência política de Bolsonaro no comando da Polícia Federal.

A partir das 15h a deputada Carla Zambelli também será ouvida. Assim, o próximo a depor na quinta (14) será o também delegado federal Rodrigo de Melo Teixeira.

DENÚNCIAS DE MORO

Os depoimentos são desdobramentos na investigação sobre as denúncias do ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair. Inclui-se a exposição do vídeo, nessa terça (12), sobre a reunião ministerial em 22 de abril.

Conforme pessoas que assistiram a gravação, o presidente não poupou palavrões. E muito mais do que isso, disse que senão conseguisse trocar o superintendente do Rio de Janeiro, trocaria o diretor-geral da PF, que era Maurício Valeixo, ou então, o ministro da Justiça, que era Sérgio Moro.

Não vou esperar foder alguém da minha família. Troco todo mundo da segurança. Troco o chefe, troco o ministro.

Entretanto, o que chama a atenção, como escreveu jornal ‘O Globo’ é que as ‘previsões’ que Jair nega foram confirmadas. Ou seja, exonerou Maurício Aleixo, que era o diretor-geral da PF. Em seguida, Moro pediu demissão. Depois nomeou Alexandre Ramagem para diretor-geral da PF.

Porém, impedido [Alexandre Ramagem] de assumir o cargo pelo STF, Jair Bolsonaro ‘ungiu’ Rolando Alexandre de Souza, estreitamente ligado a Ramagem, para o comando da PF. Assim, a primeira ação de Rolando foi exonerar o superintendente da PF no Rio.

“ESTOU TRANQUILO”

Entretanto, o presidente Bolsonaro disse que está tranquilo e negou ter vinculado a troca do comando da Polícia Federal à proteção da família. Contradizendo o que está gravado em vídeo disse ainda que as acusações a ele atribuídas não existiram na reunião ministerial de 22 de abril.

E foi além, afirmando que ninguém da família dele é investigado pela PF. “Não estou e nem nunca estive preocupado com a Polícia Federal. Nunca tive ninguém da minha família investigado pela Polícia Federal. Isso não existe no vídeo. Vocês tão sendo mal informados”.

Em outra parte do pronunciamento, disse que viu que ele interferiu na PF em defesa da família. “Vi uma TV agora dizendo que eu interferi na PF em defesa da família. Isso não existe no vídeo. No vídeo todo, a palavra PF ou polícia federal não existe. O que a mídia está divulgando agora é fake news. Estão desinformando”.

*(Com informações de O Globo, G1 e Correio Braziliense) 

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Cristina Esteche

Jornalista

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