O combate à covid-19 conta com mais um aliado em Guarapuava. Trata-se de um balão hermético de ventilação não invasiva para respiração artificial. O protótipo foi desenvolvido por professores dos cursos de Engenharia Mecânica e Tecnologia em Manutenção Industrial, pesquisadores das áreas de Materiais e Processos de Fabricação. Eles pertencem ao campus Guarapuava da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Porém, por causa da pandemia, atualmente o projeto conta com a atuação apenas dos docentes. Entretanto, logo que possível, os alunos também serão inseridos, como uma forma de aliar metodologias ativas de aprendizagem à formação. Todavia, neste período, os alunos têm ajudado de forma remota em outros projetos. É possível acompanhar no site acao.utfpr.edu.br, usando o filtro do campus Guarapuava.
De acordo com a diretora de Pesquisa e Pós-Graduação da UTFPR, Viviane Teleginski Mazur, o balão serve para o tratamento de pacientes da covid-19 e de outras doenças respiratórias. “Um paciente que pode melhorar com a ventilação não invasiva deixa de utilizar equipamentos de intubação endotraqueal. Assim, podem ser empregados para salvar outras vidas, pois os recursos são limitados”.
Conforme Viviane, diferente da máscara facial, o balão evita vazamentos e, consequentemente aerossol de vírus. Dessa forma protege a equipe médica de doenças infectocontagiosas, passíveis de transmitirem agentes biológicos de um indivíduo para outro. Esse é o caso da Covid-19.
CONTRIBUIÇÃO
Para o gerente da regional Guarapuava do Crea-PR, Thyago Giroldo Nalim, iniciativas como essa trazem uma grande contribuição à formação dos acadêmicos.
“Possibilita ao estudante de engenharia aplicar a teoria da sala de aula na prática, vivenciando um cenário real de mercado, que desperta para a necessidade de um adequado planejamento e desenvolvimento de produtos”.
Conforme o engenheiro eletricista, o mercado exige parametrizações e condições adequadas, a fim de garantir a eficiência e aplicabilidade. “Além da segurança dos usuários, tanto dos que irão operar os equipamentos, como aqueles que dependerão do mesmo para alguma atividade, seja na área da saúde, ou em qualquer outra área”.
PATENTE
A universidade solicitou a patente do equipamento – e de trâmite prioritário – no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Porém, enquanto isso, alguns testes de validação do balão hermético já estão sendo feitos no Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava.
De acordo com Viviane Mazur, os pesquisadores estão buscando, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a liberação do protótipo para ser produzido industrialmente e distribuído.
“Buscando uma segunda possibilidade, a UTFPR está atuando junto ao Ministério Público do Trabalho para aquisição do maquinário necessário para a fabricação dentro da própria universidade. Vários médicos e grupos de pesquisa, dentro e fora do Brasil, têm procurado nossa equipe visando formar parcerias para realizar mais testes e adaptações do balão. Assim, ele poderá ser utilizado com respiradores de baixo custo”.
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