Uma parceria entre prefeitura de Guarapuava e a Clínica Escola de Fisioterapia (CEFISIO) da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) está auxiliando pacientes recuperados da covid-19 na reabilitação da capacidade respiratória. A iniciativa conta ainda com o apoio da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI).
Os especialistas confirmam que a doença, que afeta os pulmões, pode alterar o sistema muscular prejudicando também a qualidade de vida. De acordo com a Secretaria de Comunicação de Guarapuava, o projeto chamado Avaliação, Reabilitação Pulmonar e Acompanhamento de Indivíduos Acometidos pela covid-19 Pós-alta hospitalar – Tratamento e Acompanhamento Clínico teve início na primeira semana de junho.
A coordenadora do projeto e professora do curso de Fisioterapia da Unicentro, Christiane Riedi Daniel, explicou qual o objetivo dos atendimentos.
A reabilitação pulmonar é um programa de exercícios respiratórios e físicos para pessoas com alterações respiratórias que visam melhorar a condição respiratória, a capacidade física, impactando na melhora da qualidade de vida e nas atividades de vida diária, diminuindo o cansaço físico e a falta de ar.
Ainda de acordo com Christiane, os moradores da cidade com diagnóstico da doença confirmado foram contatados via telefone. “Entramos em contato para investigação dos sintomas e da sua funcionalidade. As ligações são feitas a cada 48 horas até o final da fase de isolamento. Assim, traçamos o perfil dos pacientes e, neste momento, está sendo feita a avaliação presencial dos que são considerados curados”.
Além disso, o convite para avaliação presencial é feito depois que a pessoa é considerada curada e a participação do paciente no projeto é voluntária e sigilosa. Desse modo, até o momento, 32 pessoas que testaram positivo foram acompanhadas por telefone. Na última semana, foram avaliados sete pacientes, destes, dois têm indicação de reabilitação pulmonar para melhora da condição funcional, respiratória e força.
Eu tenho muito cansaço e dor nas pernas. Então agora estou fazendo fisioterapia, vou ver se venho todas as sessões certinho pra eu poder trabalhar, eu preciso pra sustentar minha família, não está sendo fácil, afirma um dos pacientes atendidos pelo projeto.
SESSÕES
A coordenadora explicou ainda que as sessões de fisioterapia são feitas duas vezes por semana. Já o protocolo completo de reabilitação deve durar oito semanas. Conforme ela, após o prazo, a condição clínica é reavaliada.
“Na avaliação presencial investigamos a função e a força respiratória. E ainda a capacidade física, a falta de ar e a fadiga. Além de questionários sobre as atividades de vida diária. Na reabilitação são feitos exercícios específicos para função respiratória, exercícios para melhora do condicionamento físico e força muscular”.
Os equipamentos de espirometria e bioimpedância, além dos exercitadores respiratórios usados no projeto foram adquiridos com apoio financeiro da SETI e são fundamentais para o tratamento. Um paciente, que não teve o nome divulgado pela Secom, afirmou que não falta as sessões.
“É bom pra eu começar a me recuperar, vou ver se não falto e venho certinho! Estou muito melhor graças a Deus! E se Deus quiser, eu quero ficar bom, se Ele me deu uma segunda chance de vida, eu quero ser um ser humano melhor e seguir certo as coisas da vida”.
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