Nada de beijos, de abraços e nada de contato físico. Isso agora faz parte do passado e não combina com a nova forma de etiqueta social, por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas a falta de proximidade, tão comum do dia a dia do brasileiro, tem afetado, em muitos casos, a saúde mental da população.
De acordo com Paulo César Oliveira, psicólogo e psicoterapeuta com especialidade em psicodrama pela PUC/SP, “explicar esse momento tão inusitado que vivemos e orientar o cidadão, a cidadã sobre como manter o equilíbrio e a saúde mental não é tarefa fácil. Ele, que é membro da Sociedade Paulista de Psicologia, participou no programa ‘Assembleia Entrevista’, da TV Assembleia.
De acordo com Paulo César, na entrevista ele apontou caminhos para driblar a solidão, para quem está encarando o isolamento sem companhia.
“Identificar atividades de mais interesse: leitura, um jogo, séries na TV. Coisas que proporcionem prazer”. Paulo César também relata no programa que abusar das ferramentas tecnológicas tem sido fundamental para amenizar a solidão. Ele também lembra que o bate-papo online com amigos e familiares também se mostra eficaz para aproximar as pessoas.
Porém, para os mais idosos, que não têm familiaridade com computadores e smartphones, a dica é apelar para o telefone. “Minha mãe, por exemplo, vai fazer 90 anos. Não podemos estar juntos até para preservar a saúde dela. Então, falamos por telefone. Duas, três vezes por dia”.
ANSIEDADE E ESTRESSE
Mesmo assim, ansiedade e estresse podem surgir com a ausência do contato físico. Por isso, a busca por ajuda profissional é importante. Para Paulo César Oliveira, a terapia online pode auxiliar. “Temos muitos profissionais voluntários, inclusive, dispostos a ajudar nesse período”.
Outra orientação do especialista, quando afloram os medos mais comuns dos adultos: morte; perda da autonomia e solidão, é o aprofundamento em técnicas de relaxamento, de respiração. “No próprio YouTube existem vídeos explicativos. Vale a pena explorar e praticar”.
O LADO BOM DO ISOLAMENTO
Enquanto muitos sofrem a dor do distanciamento, outros estão satisfeitos com esse momento. Caso de pessoas que têm dificuldades de relacionamento, ou os que preferem trabalhar de casa. E ainda, os pais, mães, filhos, que não dispunham de tempo para estar juntos em “dias normais”. “Aconselho que as famílias tirem proveito dessa convivência, sem se estressar”, orienta Oliveira.
Do outro lado, quem está enfrentando confrontos, discussões, justamente por causa dessa convivência, a dica profissional é “que procure relevar, para poder desfrutar desses momentos. Acolher uns aos outros para evitar crises que gerem estresse e ansiedade.
FUJA DA NOTÍCIAS RUINS
Com números assustadores de casos e de óbitos provocados pela Covid -19, o noticiário é todo voltado ao tema. Paulo César Oliveira orienta: “Se afaste (se puder) de notícias ruins. Claro que a informação é importante, mas não fique o tempo todo ligado nas notícias. Quanto menos ficarmos expostos, melhor para nossa saúde mental”.
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