Após anos de espera, falta pouco para o Colégio Estadual Tancredo Neves, em Coronel Vivida, abrir as portas da nova casa para a recepção dos alunos, mas claro, depois que a quarentena acabar. O colégio da Região Sudoeste do Paraná vivia de aluguel há 30 anos e agora vai receber a sede própria.
De acordo com a diretora do Tancredo, Dirce Sviderski, a expectativa é grande, já que a obra ficou parada por muito tempo. Há seis anos atrás, em 2014, o espaço começava a ser construído, mas a obra foi interrompida por diversos problemas como desvio de dinheiro e problemas administrativos.
“Estamos ansiosos, o espaço que utilizávamos não era suficiente para desenvolver tudo aquilo que precisamos aqui na nossa escola. Muitas vezes nós nos privamos de fazer atividades e de abrir turmas, porque o espaço não era suficiente. Então, estamos esperando com muita expectativa para desenvolver tudo aquilo que sempre almejamos para nossos alunos”.
Além disso, Dirce salienta que este momento também está sendo esperado por toda a comunidade vividense, que aguarda ansiosamente pela sede própria do colégio. “As pessoas perguntam muito sobre quando a escola será inaugurada. Uma grande parcela da obra já foi feita, cerca de 80% e agora faltam apenas 20%, mas a construção está sendo bem demorada e apesar de ser uma porcentagem pequena, ela precisa ser concluída”.
A CONSTRUÇÃO
A construção do centro de educação é uma das 136 obras de infraestrutura escolar em execução pelo Governo do Estado por meio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar). O investimento total é de R$ 88,3 milhões. A unidade de Coronel Vivida recebe cerca de R$ 3,8 milhões.
De acordo com o governador Ratinho Junior, essa será uma escola grande, toda modernizada para atender os projetos que estão sendo implantando na educação do Paraná. “O Governo precisa estar atento ao que a sociedade espera das escolas, ao que é necessário para a educação, e trabalhar para atender”.
A nova sede do Colégio Estadual Tancredo Neves tem 2.780,78 m². Serão 12 salas de aula, bloco administrativo, cozinha, quadra poliesportiva coberta, laboratórios, biblioteca e casa do zelador. Poderá atender até 1.200 alunos nos três turnos, do ensino fundamental e ensino médio.
De acordo com o presidente da Fundepar, Alessandro Oliveira, a estimativa é que a obra fique pronta em até 60 dias. “O Governo do Paraná tem investido fortemente na infraestrutura escolar para contribuir com a qualidade de ensino ofertado nas nossas escolas estaduais”.
Ele destaca, ainda, que o prédio onde funciona atualmente a escola Tancredo Neves é municipal e tem quase 30 anos. O espaço está sendo dividido e a estrutura abriga também crianças da educação infantil ofertada pela prefeitura de Coronel Vivida. “A oferta de ambientes adequados, sejam salas de aula, laboratórios, bibliotecas ou quadras esportivas, auxilia no melhor desempenho escolar dos nossos estudantes e no convívio social”.
INVESTIGAÇÃO
A obra no município de Coronel Vivida é polêmica, já que esteve envolvida em investigação, interdição, processos administrativos e multa determinada pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Em agosto de 2019, o TCE-PR julgou a Tomada de Contas Extraordinária instaurada para apurar a irregularidade nos pagamentos da construção do novo colégio.
Devido à decisão, os engenheiros responsáveis pela fiscalização das obras; o então coordenador de Fiscalização da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) da Secretaria de Estado da Educação; o diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Sude; a empresa construtora envolvida e a responsável técnica da obra pela empresa contratada, foram sancionados à devolução de R$ 3.890.464,58, referentes a pagamentos adiantados pelos serviços prestados e para execução da obra. No entanto, vale ressaltar que os envolvidos estavam nos cargos na época em que a investigação foi feita.
TCE-PR
De acordo com o Tribunal de Contas, a Tomada de Contas Extraordinária foi instaurada em decorrência de Comunicação de Irregularidade apresentada pela Sétima Inspetoria de Controle Externo (7ª ICE) do TCE-PR, que constatou a ilegalidade dos pagamentos.
De acordo com o TCE, embora as medições que justificaram os pagamentos pelos serviços relativos ao contrato indicassem o valor de R$ 4.120.813,95, que foram empenhados e dos quais foram R$ 3.890.464,58 pagos à construtora, esse montante não têm correlação com a proporção da execução dos serviços. A equipe do TCE-PR verificou que no processo de pagamento foram utilizados artifícios fraudulentos para certificar condição estranha ao real andamento da obra, gerando prejuízos na ordem de R$ 3.890.464,58.
Em 2019, o conselheiro Artagão de Mattos Leão, afirmou que os interessados não se insurgiram em relação às divergências averiguadas quanto ao real estado da obra e a parcial execução, limitando-se a se defender em relação às competências funcionais; ou seja, confirmaram as constatações descritas na Comunicação de Irregularidade. Agora, outra empresa cuida da construção.
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