O aleitamento materno e em livre demanda deve ser mantido e estimulado mesmo durante a pandemia de covid-19, como informa a Secretaria de Saúde do Paraná. De acordo com pesquisadores, ainda não existem evidências científicas que comprovem a presença do coronavírus no leite materno de mulheres que contraíram a infecção.
Além disso, o Banco de Leite do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo continua recebendo doações. “Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde, a doença não é transmitida pelo leite. Por isso, estamos recebendo mães que querem doar”. Ainda de acordo com o banco do HSV, a recomendação é que se a mulher estiver com a covid-19, ela pode ser atendida separadamente, com uso de máscara, higienização e seguindo todas as medidas de proteção.
“Mesmo na pandemia nós mantivemos as doações. Assim, recebemos cerca de 60 litros de leite por mês. Trabalhamos como um serviço de apoio ao aleitamento materno. Qualquer mãe que tenha dificuldades após a alta hospitalar para amamentar o bebê, pode entrar em contato”.
Desse modo, as interessadas podem doar nos dias de semana, das 8h ao meio-dia e das 13h às 17h. Entretanto, se a mulher sentir mais segurança sendo atendida em casa, ela pode entrar em contato e a equipe do Banco de Leite vai até a residência indicada. “Vamos, fazemos cadastro, passamos orientação e deixamos os kits para coleta em domicílio. Depois, passamos para buscar o que ela conseguiu doar”.
Toda mãe que esteja amamentando e tenha interesse pela doação de leite pode entrar em contato e participar.
SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO
Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, que ocorre de 1 a 8 de agosto, e na Campanha Agosto Dourado, que seguirá durante todo o mês, a Secretaria da Saúde do Paraná promoverá cinco palestras, transmitidas ao vivo feitas por meio das redes sociais, direcionadas a profissionais que atuam na área e também às mães.
De acordo com a Sesa, as mães devem estar atentas aos cuidados relacionados à possibilidade de contágio dos bebês por meio das secreções. “Deverão ser mantidas as práticas de higienização das mãos antes e após tocar no bebê, uso de máscara facial e, no caso de extração do leite, de limpeza rigorosa do equipamento”.
O secretário da Saúde Beto Preto, afirma que a pandemia muda o formato das ações, mas não o foco do trabalho que é o de promover a saúde materno-infantil. A Secretaria mantém as atividades de assistência às gestantes, puérperas, mães em período de amamentação e Bancos de Leite, com serviços feitos em ambiente seguro, de acordo com os protocolos estabelecidos.
Conforme a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Secretaria, Maria Goretti David Lopes, as mães que não se sentirem à vontade para amamentar, devido suspeita de covid-19, podem extrair o leite manualmente. “Com isso, outra pessoa saudável e sem sintomas oferta o leite ao bebê em um copinho ou colher, tudo devidamente higienizado”.
Ela destaca que os benefícios da amamentação, tanto para as crianças como para as mulheres, superam os riscos potenciais de transmissão da doença. “O leite materno tem inúmeros fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. Porém, as mães devem estar atentas aos sintomas da covid-19 e, no caso de algum indicativo, buscar um médico”.
CAMPANHA AGOSTO DOURADO
Em agosto é celebrado o Mês de Aleitamento Materno. O período é conhecido como Agosto Dourado, cor que simboliza o padrão ouro de qualidade do leite humano, líquido essencial para a vida e o desenvolvimento do bebê. Assim como em Guarapuava, representantes de outros bancos de leite também alertam que é possível e essencial continuar doando leite, como aponta a enfermeira pediátrica Maíra Domingues.
“As mães podem e devem continuar amamentando e doando, mesmo estando com sintomas compatíveis com a síndrome gripal ou infecção respiratória, ou mesmo a confirmação para covid-19, se for o desejo e se estiver em condições clínicas adequadas”. Entretanto, ela aponta que as mães podem ficar fracas. Assim, é necessário esperar uma melhora no quadro clínico.
Ainda de acordo com Maíra, a pandemia obriga que os hospitais mudem alguns atendimentos destinados às mães e pais. No entanto, lembra que os serviços não foram interrompidos.
“Nós suspendemos os grupos educativos oferecidos no pré-natal, que são grupos para o casal que está esperando o bebê, que eram feitos duas vezes por semana. Na assistência para a mãe que está com dificuldade para amamentar, nós estamos fazendo teleconsulta e teleorientação. Em casos em que é necessária a consulta presencial, é feito o agendamento a partir de uma primeira avaliação na teleconsulta”.
ALIMENTO COMPLETO
Sendo assim, o leite materno é um alimento completo, melhor fonte de nutrição infantil, sendo capaz de reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Além disso, protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias.
O Ministério da Saúde recomenda que as crianças sejam amamentadas até os dois anos ou mais e, de forma exclusiva, até o sexto mês de vida.
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