Guarapuava está entre as 10 cidades brasileiras que mais desmatam a Mata Atlântica do Brasil. O município ficou em sétimo lugar em uma pesquisa feita pelo Atlas dos Municípios da Mata Atlântica 2020, uma iniciativa da Fundação SOS do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Além de Guarapuava, Nova Laranjeiras também está na lista e, aparece na quarta posição.
As duas cidades do centro-sul desmataram 550 hectares. Assim, Guarapuava perdeu cerca de 218 hectares por bioma e Nova Laranjeiras, 332. Para a Fundação SOS Mata Atlântica, não aplicar a Lei da Mata Atlântica tornou o cenário nocivo ao bioma, que acaba sofrendo com o desmatamento.
Em 15 anos, essa é a pior colocação de Guarapuava no ranking. Em 2005, 503 hectares foram desmatados. Portanto, ao longo do tempo, a cidade perdeu aproximadamente 1.500 hectares da mata que contava com vegetações como imbuia, araucária e outras espécies.
DESMATAMENTO
Segundo Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação, a lei acaba sendo falha. “É uma covardia com o que resta de floresta porque nós estamos falando de municípios e de Mata Atlântica onde a lei só se aplica ao que sobrou de floresta. Então, a lei não abrange todo e qualquer lugar”.
Ainda conforme Mantovani, essas cidades são consideradas zonas de conflito, pois é onde ocorre o desmatamento mais intenso. Além disso, nos locais também são registrados crimes ambientais.
De acordo com os dados, foram desmatados mais de 14 mil hectares da mata apenas entre 2018 e 2019. Conforme o Paraná Portal, no período, 71% do desmatamento ocorreu em menos de 3% dos municípios do bioma, que envolve 3.429 cidades.
“Aproximadamente 400 delas desmataram a Mata Atlântica, representando pouco mais de 10% das cidades. E essa também foi a média de municípios desmatadores dos últimos 10 anos, apesar de existir uma variação entre 200 e 550 cidades por ano”.
De acordo com Marcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do estudo, a situação nos municípios comprova o que é alertado há anos. “Mas infelizmente o cenário não muda. É de conhecimento das autoridades onde ocorre o desmatamento da Mata Atlântica ano a ano. São poucas Regiões, porém com altas taxas de desmatamento e impacto ao meio ambiente. Zerar o desmatamento no bioma passa por priorização do poder público e atuações estratégicas nestes locais”.
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