Por conta da decisão tomada pelo TST na segunda (21), os sindicatos da classe se reuniu nessa terça (22). Assim, nesta quarta (23), acabou oficialmente com a greve dos Correios. Além disso, os empregados precisam compensar metade dos dias de greve. E a outra, deve ser descontada dos salários.
DECISÃO DO TST
Em decisão no TST, a greve dos Correios foi considerada não abusiva, por maioria dos votos, dos ministros da Seção de Dissídios Coletivos. Além disso, determina reajuste de 2,6%. Contudo, apesar da maioria ter votado a favor, a ministra Kátia Arruda votou contra. Desse modo, se ela tivesse votado a favor, o desconto nos salários dos empregados seria integral.
Em comunicado divulgado na noite dessa segunda (21), os Correios afirmaram que o TST determinou o encerramento da greve. Além disso, disse que desde julho “tentaram negociar os termos do acordo coletivo, em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade”.
DESENVOLVIMENTO
Em nota, também na segunda (21), a direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) pediu a continuação da greve.
Conclama todos os trabalhadores e trabalhadoras do País a se manterem firmes na greve diante dos ataques do governo, que usou o Tribunal Superior do Trabalho – TST para atacar os nossos direitos. O julgamento ocorrido no dia de hoje (21) retirou absolutamente tudo que foi conquistado pela categoria ao longo de mais de 35 anos de luta. Não podemos permitir esse ataque, que representa a retirada de até 40% da remuneração dos trabalhadores em meio à pandemia que assola todo o mundo. Uma atitude covarde que os trabalhadores e trabalhadoras não vão aceitar, pois a luta é pelo sustento das milhares de famílias que dependem dessa remuneração.
Entretanto, com a decisão, a federação e sindicatos como o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná-PR, se reuniram nessa terça (22), e decidiram acabar com a greve. Conforme Alexander Menezes, funcionário de Guarapuava e da diretoria do SINTCOM-PR, a volta ao trabalho foi por conta da decisão do tribunal. “Tivemos que voltar a trabalhar hoje. Do contrário, as multas inviabilizariam as entidades”.
EM GUARAPUAVA
Em Guarapuava, até o dia 11 de setembro, a adesão dos funcionários era de 66%. De acordo com Alexandre, a greve iniciada em 18 de agosto começou justamente pela falta de acordo e benefícios cortados. Entre elas a licença-maternidade de 180 dias, pagamento de adicional noturno. Além do auxílio-creche e indenização por morte. “Os salários dos Correios são os mais baixos de todas as estatais. E ao longo dos últimos 20 anos essa defasagem foi amenizada. E agora, os benefícios que estão sendo cortados. Entre eles, está o auxílio para dependentes portadores de necessidades especiais. Dessa maneira, interrompeu o tratamento de milhares de dependentes nessa condição”.
Leia outras notícias no Portal RSN.