A Operação Mata Atlântica em Pé IV, que começou no dia 21 de setembro, registrou desmatamento de cerca de 30 alqueires em Candói. De acordo com o comandante da 4ª Companhia da Polícia Ambiental, Capitão Fabiano Gevert, esse espaço equivale a mais de 27 campos de futebol.
Conforme o comandante, a equipe encontrou a retirada de árvores com raiz, conhecida como destoca. “Trata-se de um artifício normalmente utilizado na tentativa de esconder o dano provocado”. Assim, o proprietário, além de arrancar as árvores, as queimou em buracos na própria área de corte. Depois as enterrou.
De acordo com a Polícia Ambiental, o local do dano foi embargado. Portanto, a área está disponível apenas para recomposição do dano causado. Além disso, há auto de infração e multa de R$ 315 mil contra o proprietário.
O Ministério Público será informado para a adoção de medidas criminais. As penas podem variar de três meses a um ano de detenção, além da multa.
Conforme o Capitão Gevert, a propriedade apresentou outros danos ambientais. “Mas as medidas criminais e administrativas já foram adotadas. Assim, os processos estão transitando nas respectivas esferas”.
RESULTADO DA OPERAÇÃO SAI NESTA SEXTA
O balanço final da Operação Mata Atlântica em Pé terá divulgação nesta sexta (2), às 15 horas. Trata-se de ação nacional dos Ministérios Públicos de 17 estados. De acordo com o MP-Paraná, trata-se da quarta edição da Operação, voltada a combater e proibir o desmatamento. Além de proteger as Regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica.
Como nos anos anteriores, coube ao MP-PR a coordenação dos trabalhos em âmbito nacional. O promotor Alexandre Gaio responde pela operação. Ele atua no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo do MPPR. Conforme o MP, o bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², equivalente a 13,04% do território nacional.
Assim, abriga diversas formações florestais, além de ecossistemas associados. Entretanto, a 4ª Companhia da Polícia Ambiental, coordena um terço da Mata Atlântica do Paraná. Conforme o Capitão Gevert isso equivale a cerca de 80% da área. Assim, os outros 20% estão nas divisas e perto do litoral paranaense.
DEGRADAÇÃO
A Mata Atlântica é um dos sistemas mais explorados e devastados pela ocupação humana. De acordo com o MP, cerca de 70% da população brasileira vive em território antes coberto por ela. Daí a importância da preservação do que ainda resta do bioma. Conforme o MP, a preservação se faz fundamental para questões como a qualidade do abastecimento de água nas cidades.
Entretanto, muito pouco encontra-se preservado. Estima-se que apenas perto de 12% da vegetação original esteja preservada. Todavia, 80% disso estão mantidos em propriedades particulares. Portanto, trata-se um dos biomas com maior diversidade de espécies de fauna e flora.
Tanto que alguns trechos da floresta são declarados Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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