Os vinhos, o vinagre, o suco, a geleia e demais doces da uva são pequenos prazeres que voltam a ganhar destaque no Paraná. Isso porque o Estado está investindo na vinicultura, com o programa Revitis, lançado em novembro de 2019. Neste ano, o programa executou alguns projetos-piloto. Como a aquisição de mudas sadias e insumos para agricultores de Bituruna, Mato Rico, Boa Ventura de São Roque e Pitanga.
Além disso, o Revitis iniciou a capacitação de técnicos e produtores. Só nesta semana, representantes do setor debateram o tema durante uma webconferência. Desse modo, envolvendo também parcerias com o Senar e universidades, com uma série de eventos on-line.
Conforme o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, o Estado acompanha com preocupação a redução da área e da produção de uva nos últimos anos. Desse maneira, trabalha para reverter esse quadro.
O programa representa a criação de oportunidades no campo, para devolver ao Paraná a sua competência nessa área, fazer essa curva voltar a ser ascendente. Queremos que os produtores saibam que o Estado está com eles nesse momento de retomada.
EXPANSÃO
De acordo com o coordenador do Revitis no Estado, Ronei Luiz Andretta, além das 43 unidades de referência, está previsto para 2021 o desenvolvimento de 40 projetos de fomento. Ademais, a Secretaria de Agricultura lançou um espaço para cadastro de produtores e outros profissionais do setor pelo site.
“O objetivo é formar uma rede de comunicação e divulgar capacitações, eventos e dias de campo. Como o resultados de pesquisa e informações de mercado”. O próximo evento do Revitis está marcado em 26 de novembro. De maneira on-line, vai debater a deriva de herbicidas na viticultura.
PRODUÇÃO
O ano de 2020 é decisivo para os produtores. Durante a pandemia do novo coronavírus, que paralisou os setores de eventos, bares e restaurantes, o Brasil registrou aumento no consumo de vinho. De janeiro a agosto, foram comercializados 313,3 milhões de litros. Representando, 37% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Ideal Consulting.
Em virtude da alta do dólar, a expectativa é que haja valorização do produto nacional em detrimento do vinho de países como Chile, Argentina e Portugal. Conforme o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Paulo Andrade, o desafio para técnicos, produtores e gestão pública é fidelizar esse novo consumidor. Isso porque ele refinou o paladar e passará a cobrar mais qualidade.
No Paraná, a produção de uva está disseminada na maior parte das Regiões. Entretanto, tanto a área quanto o volume vêm reduzindo nos últimos anos. Atualmente, o Estado tem 3.584 hectares destinados à cultura. Conforme dados do Deral, somam uma produção de 53,1 mil toneladas.
REVITIS
O Revitis tem quatro eixos: o incentivo à produção e a reorganização da comercialização. Bem como, o desenvolvimento do turismo e apoio à agroindústria. Além disso, está em processo de implantação um viveiro em Santa Tereza do Oeste, para produzir material genético de qualidade.
O programa propiciou, ainda, a criação de uma rede de mais de 15 centros de pesquisa, com auxílio do IDR-Paraná. Além disso, estava revista a formatação de 20 roteiros de turismo rural ligado à vitivinicultura. Como a promoção de eventos regionais de enoturismo, cursos técnicos de guias turísticos. Por fim, a capacitação de agricultores e técnicos na criação, gestão e divulgação de roteiros.
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