Desde o início da pandemia da covid-19, os órgãos de saúde do mundo apontam que há uma relação de gravidade maior entre as mortes em decorrência da doença e as comorbidades, como é o caso do diabetes. Assim, no Dia Mundial do Diabetes, especialistas alertam para os cuidados para evitar infecção por covid-19 e complicações.
Não há indícios de que pessoas com diabetes tenham maior probabilidade em contrair o coronavírus. O problema enfrentado é que a doença pode se agravar. Assim, os dados mostram que esses pacientes estão apresentando taxas mais altas de complicações graves e, também, de mortes. Conforme o médico endocrinologista Lineu Carleto, o diabetes possui um fundo genético, e isso não há como mudar.
Entretanto, Carleto afirma que existem formas de prevenir o risco e diminuir as chances de agravamento da doença. “Então, controle de peso, atividades físicas e bons hábitos alimentares ajudam a controlar e reduzem o risco. O cigarro também é um fator de risco para o diabetes. Portanto, tomando os devidos cuidados, mesmo tendo genética positiva, a chance de ficar diabético vai ser menor”.
No entanto, se a pessoa já tem diabetes, é preciso controle. Desse modo, o risco de ficar gravemente doente contraindo covid-19 diminui. Já as pessoas que não controlam a doença, correm o risco de sofrer complicações. Isso porque a capacidade do corpo em combater infecções é mais comprometida.
O que aumenta o risco é exatamente a falta de controle do diabetes. A imunidade da pessoa fica mais debilitada, o poder de defesa e de resposta do organismo fica pior. Por isso, muitas pessoas com diabetes descontrolada tem um risco muito maior. O covid-19 é uma infecção nova e tem relação com a queda de imunidade do diabético que não está controlando a doença.
TIPOS DE DIABETES
O diabetes é uma doença crônica em que as pessoas que desenvolvem não produzem ou não absorvem adequadamente a insulina, que é o hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. Entretanto, quando a glicose no sangue tem o nível elevado por longos períodos, os órgãos podem ficar danificados. Bem como, vasos sanguíneos e nervos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, hoje existe mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença no Brasil. O dado é equivalente a quase 7% da população, número que vem crescendo progressivamente. De acordo com Carleto, essa é uma doença complexa, que surge devido à combinação de diversos fatores comportamentais e também genéticos. Existem dois tipos de diabetes.
Diabetes Tipo 1: conhecido como diabetes infanto-juvenil ou autoimune. Pois, o pâncreas não produz insulina suficiente, e as células sofrem um tipo de autodestruição. Geralmente aparece durante a infância ou adolescência. Sendo assim, necessário o uso diário de insulina para controle da glicemia. O tipo corresponde a 10% dos diabéticos.
Diabetes Tipo 2: é o tipo mais comum de diabetes. Atingindo cerca de 90% dos diabéticos. O tipo 2 é causado por fatores genéticos juntamente com hábitos alimentares errados. Assim como, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade, que provocam defeitos na produção e na ação da insulina no corpo. Os médicos costumam detectar após os 40 anos, pois é desenvolvido ao longo do tempo gerando danos ao corpo de forma silenciosa. “O tratamento baseia-se geralmente no uso de medicamentos por via oral. Mas como é uma doença progressiva, pode necessitar de insulina nas fases mais tardias da doença”.
O SURGIMENTO DOS PRIMEIROS SINTOMAS
Os sintomas da doença podem ser silenciosos no organismo em um primeiro momento. Por isso, o endocrinologista Lineu Carleto aponta que os pacientes precisam se atentar às mudanças, por mais pequenas que sejam. “São elas a perda de peso, sede, fome constante e infecções frequentes. Além disso, feridas que demoram a cicatrizar, visão embaçada e vontade de urinar muitas vezes durante o dia e noite”.
Portanto, ao perceber os primeiros sinais, o médico informa que é necessário procurar atendimento médico. Dessa maneira, determinando um diagnóstico precoce. “Vale destacar que esses sintomas surgem muito rapidamente nos diabéticos do tipo 1, enquanto no tipo 2 são bem mais insidiosos”.
Quanto antes iniciar o tratamento, menores serão as chances do surgimento de complicações mais graves do diabetes tipo 2. A doença não tem cura, além do tratamento medicamentoso, é importante ficar atento ao excesso de peso, sedentarismo, tabagismo, pressão alta e colesterol alto.
ADOTANDO UM NOVO ESTILO DE VIDA
É importante ressaltar que uma pessoa com diabetes que não faz acompanhamento médico pode ter uma série de complicações. Entre elas estão: doenças renais, a capacidade de filtragem dos resíduos, má circulação, formigamento, feridas e rachaduras na área dos pés. Bem como, problemas de visão e até amputação de membros.
Portanto, além de medicação para o tratamento, o paciente precisa mudar os hábitos para contribuir com o tratamento.
Para uma maior eficácia, a pessoa precisa seguir todos os passos em conjunto com bastante disciplina. Além de um acompanhamento regular com um médico. Por isso, é importante que o paciente adote um estilo de vida saudável e tenha adesão ao tratamento medicamentoso.
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