Colocar a cultura num lugar de destaque a partir de um novo olhar, plural e inclusivo. É com esta afirmação que o prefeito eleito Celso Góes (Cidadania) anunciou o nome da diretora de teatro Rita Felchak para o setor cultural de Guarapuava. Assim, a partir de 1° de janeiro de 2021, uma das mais resistentes ativistas culturais da cidade, assume o desafio de implantar uma política sensível às diferenças.
De acordo com o prefeito eleito, Rita Felchak será capaz de motivar uma ruptura de processos excludentes e a construção de um novo olhar sobre o outro. Assim sendo, a partir da nuance de várias identidades artísticas.
Quando pensei em descentralizar a cultura de Guarapuava, dando a esse setor o lugar que merece, não foi possível pensar em outro nome. A Rita Felchak é um talento guarapuavano, com reconhecimento estadual. É a pessoa certa, progressista, capaz, que estará no lugar certo.
Conforme Celso Góes, a pandemia da covid-19 traz também desafios e reforça a necessidade de alternativas nas mais diversas áreas da gestão pública. “Precisamos de medidas eficazes de proteção dos cidadãos. Assim, a cultura, a arte em toda a diversidade, se tornam espaços de convergência, de criatividade, de transformações contínuas, de sentimentos e manifestações variadas. E vemos nos bairros, por exemplo, um espaço, por muitos tratado como problema, quando é um manancial de possibilidade de talentos. É essa reinvenção cultural que queremos promover quando pensamos no nome da Rita Felchak”.
PRÊMIO
E para confirmar a escolha de Celso Góes, a trajetória de Rita Felchak é finalista do prêmio Jornada – Prêmio de Reconhecimento à Trajetória. Conforme o resultado do prêmio, a proposta mereceu a nota máxima da Secretaria de Estado da Cultura. O resultado divulgado nesta terça (1) selecionou e premiará artistas, mestres, grupos e coletivos do território paranaense. São pessoas que prestaram relevante contribuição ao desenvolvimento artístico e cultural do Paraná.
A ARTE POR TODOS OS CANTOS DA CIDADE
E é justamente a expansão dessa conduta multicultural que Rita Felchak disse que vai imprimir na cultura de Guarapuava. “Primeiro devo dizer que após 37 anos de ativismo cultural, o nosso trabalho está sendo reconhecido”. De acordo com a artista, a notícia veio num momento em que ela sucumbia.
Estávamos perdendo a esperança. Entretanto, após prefeitos e prefeitos, o Celso Góes chega e reconhece o nosso valor. Não apenas meu, mas de todos os artistas de Guarapuava”.
Conforme Rita Felchak, a visão progressista de Celso Góes permite um ‘divisor de águas’ em todas as vertentes culturais da cidade. “Estamos começando uma nova história na cidade. O prefeito eleito está nos reconhecendo como trabalhadores, como instrumentos de economia criativa”. De acordo com Rita, a descentralização de ações culturais com programas e projetos para sociedade é o primeiro item da nova pauta. “Queremos promover a cultura como direito básico do cidadão. Na rua. Nas escolas, nas praças”.
FORTALECIMENTO
Também está nos planos do novo momento da cultura, o fortalecimento das manifestações artísticas culturais já existentes. “Grupos, coletivos e expressões simbólicas da Região em diálogo constante com a esfera pública”. E para promover a economia criativa, será a vez de inovações tecnológicas artísticas. “Isso para melhor autonomia do trabalhador da cultura. Assim como o fortalecimento da economia da cidade como um todo”.
Entretanto, o fomento cultural, surgirá por meio de editais, chamamentos, fundos para viabilizar projetos culturais. Todavia, o diálogo e ações conjuntas com o Conselho Municipal de Cultura e instituições e o Plano Municipal de Cultura também pautam o setor em Guarapuava.
INDICAÇÃO DE CELSO GÓES É APLAUDIDA
O nome da diretora de teatro Rita Felchak ‘caiu como uma luva’ em vários segmentos culturais da cidade. Atuando na área há 37 anos, em 1985 apostou na cultura. Jogou tudo pra cima e decidiu viver de arte. Teatro de rua, passando o chapéu, para a sobrevivência, aos poucos conquistou espaços. Assim, em 1995 fundou a Companhia Arte e Manha. E nos anos 80 quando a maioria dos artistas debandou para capitais, Rita e sua trupe permaneceram em Guarapuava. “Convites e questionamentos não nos faltaram. Mas sempre acreditamos na nossa cidade, no nosso espaço. E agora isso tudo valeu a pena”.
Assim, é justamente essa trajetória que artistas enaltecem na escolha feita por Celso Góes. Para a professora doutora em letras, e conselheira municipal de Cultura, Nincia Teixeira, a escolha é acertada. “A Rita é merecedora, pois vem batalhando pela cultura há muito tempo. É uma das pioneiras na área do teatro, em projetos culturais com cunho social”.
Para o ativista cultural e ‘rapper’ Mano Hood, não haveria outro nome a altura do que a cultura guarapuavana merece. “Portanto, trata-se de uma pessoa capacitada, experiente. E ter uma mulher à frente da cultura com toda a bagagem que ela [Rita] tem é muito bom. Nos dá a esperança de que agora as artes urbanas serão vistas de modo diferente. Eu como ativista e como representante do hip-hop já trabalhei com ela e sei da capacidade que a Rita possui. Excelente escolha”.
“A CULTURA QUE SEMPRE FOI”
Contudo, o mesmo sentimento de representatividade é compartilhado pela dona da Academia de Danças Rômani, Rossana Manfredini. “Espero que a Rita seja a cultura que ela sempre foi. Que ela abrace todas as nossas causas e eu quero estar dentro, participar”. E ainda, para o grafiteiro Maurício Olivier, Celso Góes escolheu a pessoa certa. “Tinha que ser ela mesmo. Não há outra pessoa que a iguale”.
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