22/08/2023
Saúde

Belém: Sem receber, donos pedem restituição do imóvel

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A empresária Gisele de Mattos Leão Abdanur, sócia-proprietária do prédio onde funcionava o Hospital Estrela de Belém, tenta reaver o imóvel arrendado a Isabel Pawelina há seis anos e meio. Há quatro meses sem receber o pagamento do aluguel, e sem conseguir qualquer contato com a proprietária do Estrela de Belém, após o fechamento do hospital, Gisele entrou com uma ação para a restituição do imóvel que pertence também aos seus dois irmãos.
“Estamos muito chocados e tristes com o fechamento do hospital. A situação é delicada e só tomamos a iniciativa de pedir a restituição do prédio após a notícia do fechamento e porque a Isabel simplesmente sumiu, não atende telefone, não fala com ninguém. Só temos falar com o advogado (Nezio Toledo) que também resiste em devolver o imóvel”, explica Gisele. “Só estamos reclamando judicialmente por causa da atitude que foi tomada”, ratifica.
Fundado há 30 anos pelo médico Aragão de Mattos Leão Filho, o Hospital Nossa Senhora de Belém, sempre atendeu pacientes de Guarapuava e região.
A estrutura física do hospital possui mais de quatro mil metros quadrados de área construída. Móveis, leitos, entre outros, equipamentos, tudo pertence ao antigo Hospital Nossa Senhora de Belém, desativado há seis anos e meio. “Tenho uma listagem de tudo o que é nosso e que foi entregue. Consta no contrato e no momento em que o imóvel for entregue vou fazer uma checagem”, avisa.
Formada em psicologia, com especialização em administração de saúde, Gisele, após conversa com seus irmãos, concluiu que não queriam administrar o Hospital Nossa Senhora de Belém. “Oferecemos aos médicos, mas quem acabou se interessando foi a Isabel que já era a administradora do Hospital durante toda uma vida. Fizemos um contrato de arrendamento e ela assumiu tudo, nasceu o Estrela de Belém, e sempre cumpriu o compromisso, mas, de repente, deixou de pagar o aluguel, fechou o Hospital e sumiu”, conta Gisele à RSN.
Nos últimos dias, vários imóveis foram retirados do hospital, mas pertencem a médicos que possuíam consultórios no Estrela de Belém. “Eram móveis planejados e de propriedade dos médicos”, diz.
Quanto ao futuro do prédio ainda não há nada certo. “Há várias especulações e nada disso é verdade. Ainda nem consegui receber o imóvel, como que vou negociar com algum plano de saúde? questiona. Ela desmente também os boatos de que estaria gestionando para transformá-lo em Hospital Regional. “Não há ninguém fazendo isso. O prédio pertence a mim e aos meus irmãos e não queremos administrar um hospital. É claro que tão logo o imóvel nos seja restituído, mas procurar alguém que queira arrendar o local. Não vamos ficar com uma estrutura daquela fechada”, afirma.

Cristina Esteche

Jornalista

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