22/08/2023


Cotidiano Paraná

Estado apoia criação de tinta que inativa o coronavírus

O produto da Renner Herrmann, chamado de Polidura Epóxi Higiene Total Geração Anti Viral, já está à venda no comércio em galões de 3,6 litros

tinta

Estado apoia criação de tinta que inativa o coronavírus (Foto: AEN)

O Governo do Estado se uniu à iniciativa privada para encontrar uma solução tecnológica para ajudar no combate à pandemia da covid-19. Trata-se de uma tinta que consegue inativar o novo coronavírus em 99,999%. O produto da Renner Herrmann, chamado de Polidura Epóxi Higiene Total Geração Anti Viral, já está à venda no comércio em galões de 3,6 litros.

De acordo com o Governo, a empresa, especializada na produção de pigmentos para paredes e produtos derivados, foi uma das 10 classificadas no edital Saúde Tech. Isso ocorreu  no fim do ano passado pelo Estado por meio da Fundação Araucária em parceria com o Senai no Paraná.

Conforme o edital, o chamamento público disponibilizou no total R$ 1,4 milhão. Esse valor, dividido igualitariamente, destina-se para acelerar o desenvolvimento de produtos e tecnologias voltados exclusivamente para o combate ao vírus.

De acordo com o governador Ratinho Junior, o Estado busca soluções inovadoras em parceria com o setor empresarial. “O Paraná tem uma indústria forte e especialistas capacitados para desenvolver novas soluções para melhorar a saúde pública. Tecnologia é fundamental para vencer a pandemia”.

INATIVAÇÃO DO VÍRUS

Esse é o caso da tinta desenvolvida em Curitiba por técnicos da Renner Coatings, braço do grupo Renner Herrmann S.A. com apoio do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica.

Conforme o Governo, uma das desenvolvedoras do pigmento antiviral, a pesquisadora do Senai Alana Cristine Pellanda disse que o projeto começou em outubro. Entretanto, o produto já chegou ao mercado no começo deste ano. Custa em torno de R$ 440 o galão com 3,6 litros. “Funciona exatamente como uma tinta convencional, inclusive com o mesmo tempo de secagem após a aplicação”.

De acordo com a pesquisadora a tintura teve como foco os hospitais e locais com grande circulação de pessoas. Mas nada impede que seja usada em residências.

A pigmentação tem autonomia para se ligar aos vírus, incluindo o coronavírus. Se alguém contaminado espirra ou tosse, e o vírus adere àquela superfície, a tinta consegue inativá-lo. Quem tiver contato com a parede não será contaminado.

Assim, segundo a pesquisadora, os ensaios seguiram as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além de metodologias internacionais para medição da atividade antiviral. Foi testado o vírus coronavírus cepa MHV3, gênero Betacoronavírus (mesmo gênero e família dos SARS-CoV-1, SARS-CoV-2/Covid-19, MERS).

Conforme Alana, a testagem feita no Laboratório de Virologia Aplicada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), comprovou que o produto apresenta excelentes resultados. “Atingiu porcentuais de inativação ou redução da atividade do novo coronavírus de 99,999%. Ou seja, se alguém encostar em uma superfície pintada com essa tinta, tem 99,999% de chances de não ser contaminado”.

Contudo, destacou que a pessoa não fica completamente protegida por estar em um ambiente que usou a tintura. Apenas quem tiver contato com a superfície pintada é que poderá não ser contaminado pelo vírus. “Há outras formas de se passar a doença, como o contato pessoal, por exemplo”.

UNIÃO DE FORÇAS

O chamamento público recebeu ao todo 76 propostas de empresas interessadas em acelerar ideias e soluções diante da pandemia. Foram selecionados 10 projetos de cinco cidades do Paraná. Além de Curitiba, o Saúde Tech contemplou ações de Campo Magro, Ponta Grossa, Londrina e Maringá.

Pelo Governo do Estado participam do processo a Superintendência de Inovação da Casa Civil, a Fundação Araucária e a Superintendência da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

UNIVERSIDADES

O edital também atendeu um compromisso de aproximação do setor produtivo com as universidades e a administração pública, por meio de investimentos diretos e de cooperação.

“A determinação era clara, para que as instituições se organizassem para ajudar no enfrentamento desta pandemia. Temos dentro do nosso sistema cerca de 20 mil doutores espalhados por sete universidades estaduais e duas federais. Estudantes e pesquisadores com vontade de ajudar. Posso dizer que o Saúde Tech foi sem dúvida muito exitoso”, disse o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária Luiz Márcio Spinosa.

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Cristina Esteche

Jornalista

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