Guarapuava sediará uma das audiências públicas sobre o novo modelo de concessão do pedágio no Paraná. De acordo com a Assembleia Legislativa do Paraná, será no dia 18 e ainda não há local, nem horário definidos. Conforme a Alep, esta será mais uma etapa das audiências que já estão ocorrendo nesta semana. O debate promete ser polêmico, considerando o posicionamento dos paranaenses. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, o setor produtivo, políticos e sociedade são contrários ao modelo de outorga.
De acordo com Danilo Vendruscolo, vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi), pela falta de informações e pelo histórico de 24 anos o atual contrato amedronta. “Assim nos posicionamos contra o modelo com qualquer incidência de outorga onerosa. Tudo será repassado a nós usuários das tarifas de pedágio disfarçada em forma de mais um tributo. Como se pagássemos poucos tributos no país”.
Um exemplo apresentado por Vendruscolo foi a tarifa do trecho da rodovia BR-277 entre São Miguel do Iguaçu e Medianeira. Atualmente o valor do pedágio é de R$ 17. A projeção da nova concessão seria uma tarifa no valor de R$ 10,14. Após a duplicação e a aplicação do degrau tarifário chegaria a R$ 14,19.
“Apenas 16,5% menor que as tarifas atuais. Também muito distante das expectativas de redução em torno de 50%, principalmente das cooperativas agropecuárias do Oeste. Em 2020 faturaram mais de R$ 30 bilhões e empregam mais de 60 mil trabalhadores diretos e 120 mil indiretos”.
CARTA AO PRESIDENTE
O presidente da Acifi fez um panorama das obras que estão em execução na Região. É lá que começa o maior corredor logístico ligando o Porto de Paranaguá. Além de conexões com os portos do Chile, Argentina e Uruguai, citou como exemplo a segunda ponte na ligação entre o Brasil e o Paraguai. Conforme o presidente, com a nova ponte e tarifas de pedágio mais baixas, será possível fazer com que o Paraguai retorne a sua exportação via Porto de Paranaguá. Vendrusculo usou como exemplo a soja colhida no Paraguai e escoada pela Bacia do Rio da Prata. Conforme o presidente, tem um custo de frete 35% menor do que a soja do Oeste do Paraná.
Dessa forma, posição semelhante é o do presidente do Programa Oeste Desenvolvimento (POD), Rainer Zielasko. O POD quer uma licitação sem modelo de outorga; licitação pelo modelo de maior desconto inicial degrau tarifário menor do que os 40% propostos. Zielasko entregou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, na última quinta (4), uma carta reivindicatória assinada por mais de 100 entidades do Oeste.
Por fim, a audiência em Foz do Iguaçu também demonstrou preocupação com o agronegócio e com o turismo. Setores esses que terão impacto pelo novo modelo de concessão do pedágio.
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