Diariamente o catador Osvaldinei parava em frente a uma academia de Guarapuava. Carregando quatro de cinco filhos numa ‘gaiota’, onde também acumulava lixo reciclável, percorria lojas da cidade. O alvo eram as caixas de papelão descartadas pelo comércio, que se transformavam em trabalho que rendia comida para a família. Entretanto, com o fechamento temporário do comércio, Osvaldinei perdeu o ‘ganha-pão’. E para agravar ainda mais a situação, a companheira Marcia encontra-se com o bebê recém-nascido no hospital.
“A gente via todos os dias ele passar com as crianças e parar para comer. Entretanto, com o fechamento do comércio, soubemos que estava passando necessidades em casa com os filhos”, disse o dono da academia. Ele pediu para não ser identificado. “Assim, nossos alunos se reuniram e juntos começamos arrecadar. Ontem (4) levamos tudo para ele. A situação é muito triste”.
Assim como Osvaldinei, outras famílias que sobrevivem da coleta de reciclável também padecem. “A gente caminha por aí, pela cidade, mas não tem nada. Olha aí o meu carrinho está vazio. É desesperador porque não tenho o que levar pra casa pra gente comer”. Esse relato é de Sebastião Faustino, de 37 anos. De acordo com o guarapuavano, ele mora no Jardim das Américas, onde se concentra grande parte dos catadores. Conforme Sebastião, outras famílias também estão “passando necessidades”.
O Portal RSN tentou contato com a Associação da categoria, porém, sem retorno.
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