Um dia antes do anúncio de mais um decreto do governador Ratinho Junior, deputados defendem o ‘lockdown’ imediato no Paraná. Durante a sessão dessa segunda (15), os vários pronunciamentos se pautaram pela situação da covid-19 em todo o Estado. Para se ter uma ideia, somente nessa segunda, 2.136 novos casos e 41 mortes marcaram o placar da doença. Cerca de 98% dos leitos de UTIs estão lotados e 1,3 mil pacientes aguardam vagas.
Conforme os pronunciamentos na tribuna, o primeiro a defender o ‘lockdown’ foi o deputado Michele Caputo (PSDB). Como ex-secretário de Estado da Saúde ele elogiou a decisão do prefeito Rafael Greca. Curitiba decretou o fechamento geral das atividades. Entretanto, disse que de nada adianta somente Curitiba fechar. “Assim, não adianta virem falar de coisas que não vão reverter. O que vai reverter, nesse momento, com a ausência da vacina, é controlar o contágio. Só que também não adianta só Curitiba”.
Todavia, Requião Filho (MDB), cobra outras medidas. “Do que adianta esse ‘lockdown’, se nada mudar quando reabrirmos tudo novamente? É preciso fazer o retorno de maneira segura e inteligente. A economia só vai ser retomada se o Governo tomar decisões firmes e fortes”.
FALTA DE OXIGÊNIO
De acordo com Tadeu Veneri (PT) já há falta de oxigênio nos hospitais de algumas Regiões do estado nos últimos dias. “Além dos problemas dos ônibus lotados, da contaminação e da economia, agora estamos vivendo uma crise de fornecimento de oxigênio estado”. Conforme o deputado, é possível reativar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, que é do Governo Federal. Lá tem a possibilidade de produzir oxigênio. A fábrica pode voltar a funcionar em 30 dias, se o Governo do Estado agir rapidamente”.
Conforme Mabel Canto (PSC), além de atenção maior do estado na questão da vacina, se faz necessário um ‘lockdown’ mais abrangente. “Vivemos um cenário de dor e de tristeza. Recebo ligações constantes de pessoas procurando uma vaga de enfermaria ou de UTI. Precisamos urgente da vacina”. Conforme a deputada, em Ponta Grossa, há filas de carros funerários, hospitais particulares lotados. Além disso, há famílias perdendo mais de um familiar no mesmo fim de semana. Outros deputados também entraram no debate.
FALTA DE MEDICAMENTOS
A situação caótica no Paraná mostra que já está faltando medicamentos. O Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), emitiu um alerta nessa segunda (15). Conforme o Cemepar, há o risco do desabastecimento de medicamentos utilizados para a intubação. O sinal vermelho leva em consideração o aumento das internações nos últimos dias em todas as quatro macrorregionais de saúde. O Cemepar monitora os estoques de 63 hospitais que fazem parte do ‘Plano Estadual de Enfrentamento à Covid’.
De acordo com o secretário de Saúde, Beto Preto, já houve o pedido ao Ministério da Saúde. Além disso, também estabeleceu protocolos de compra emergencial, inclusive com dispensa de licitação.
“A situação é muito crítica. Estamos monitorando desde o início da pandemia a utilização de 25 medicamentos. Contudo chegamos num ponto em que as dificuldades são até de medicamentos para intubação. Os leitos estão cheios, estamos fazendo um grande esforço para ampliar um pouco mais os leitos de UTI”.
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