22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

As Páscoas da minha família sempre tiveram Deus e presentes

Educados em lar Adventista nos dividíamos entre os cultos da Semana Santa e a tarefa de cortar papel para as pistas de nossa cesta

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Eu e meus primos e irmãs na casa de nossa avó paterna (Foto: Arquivo Pessoal)

É março de 2021. Esta é a 32ª Páscoa da minha vida e não lembro de um sequer ano que ela não tenha sido feliz, em família. E claro, com direito a procura dos chocolates escondidos pelo coelhinho. Minha família mora desde sempre no mesmo lugar. Meu pai, os cinco irmãos dele e minha avó paterna são vizinhos. Por isso, crescemos sempre neste meio. E as Páscoas sempre, como qualquer comemoração em nossa casa, sempre regadas a amor e gritaria.

Fomos educados com base na Igreja Adventista, e a semana que precedia a Páscoa, sempre ocorreu na igreja. Acompanhávamos os cultos da Semana Santa diariamente, e participávamos da Santa Ceia. Sempre um momento cheio de emoção. Os dias eram de renovação, até mesmo para nós que ainda éramos crianças.

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. Provérbios 22:6

Como sempre fomos criadas e educadas neste ambiente religioso, eu tinha algumas dificuldades de entendimento sobre algumas afirmações. Por exemplo, quando ouvia dizer que “haveria tempo de angústia, desesperança, e o amor de muitos esfriaria”. Em minha cabeça não conseguia realocar as ideias para entender. Mas, os dias chegaram. Todos angustiados, desesperançosos, incrédulos. A única esperança está em Deus.

E haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. Daniel 12:1

BRINCADEIRA DE PÁSCOA

Além dos momentos de reflexão, sempre tivemos as brincadeiras em casa. Como era natural para nós na época, já preparávamos as cestas de Páscoa. Lembro que nos reuníamos, geralmente, eu, minha irmã mais velha Andressa, e meu primo Thiago, nós passávamos a semana cortando papel para colocar dentro de nossa cesta para que o coelhinho fizesse pistas para encontrar o nosso presente. Às vezes, quase sempre, a ansiedade não nos deixava dormir no sábado. Confesso que nosso “coelhinho” sempre teve muita criatividade. Nossa alegria era seguir aquele rastro de papel e encontrar nosso presente.

Depois que cada um encontrava o presente em casa, íamos pulando os muros para a casa dos tios e novamente encontrávamos mais uma e mais outra surpresa. Os dias eram leves, alegres e cheios de esperança e estes momentos, merecem serem lembrados. Termino como comecei, desde que eu “me entendo por gente” eu não lembro de uma só Páscoa infeliz. Reviva, renasça, reencontre, ame e principalmente, recorde.

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Cristina Esteche

Jornalista

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