Quando eu descobri que teria um filho foi uma grande surpresa. Eu e, meu então marido, planejávamos, mas não esperava que fosse tão rapidamente. Na hora que descobri meu sentimento inicial foi medo. “Será que eu serei uma boa mãe?”. Questionamentos normais. Mal sabia eu, o quanto meu pequeno me ensinaria.
Foram 20 semanas, todos os dias foram difíceis. Tinha muita dificuldade em comer. Mas o meu desejo de ter um filho sempre foi “fazer por alguém, o que não consigo [sozinha] fazer por mim mesma”, e quem me conhece [Larissa Ortiz], sabe exatamente do que estou falando. Sempre tive a fala de “só temos uma vida pra viver”, mas hoje acredito que isso só ocorre porque nós [seres humanos] não aguentaríamos mais do que uma.
Eu tive medo. Antes de ter um aborto espontâneo acordei muitas vezes com sonhos de que eu teria perdido meu filho. Ele chamaria Pedro. E eu o perdi. Cheguei ao hospital por volta das 22h com muitas dores. E eu senti o momento exato em que ele saiu de dentro do meu corpo. Não vi o rosto dele. Não soube se eu seria uma boa mãe. Entretanto, a breve passagem dele neste mundo me ensinou sobre pureza. Sobre amor de verdade. Sempre pensei que ninguém no mundo sentiria uma dor maior do que a que eu senti naquele momento. Mas era exatamente o que eu poderia aguentar.
Ele, sem saber, me deixou um legado de que as coisas que valem a pena, são as que mais ‘custam’. Não é a ordem natural da vida os filhos ‘irem’ antes das mães e talvez por isso seja tão doloroso ter sido mãe por apenas 20 semanas. Mas eram as 20 semanas que me ensinariam que de todos os amores, o maior sempre vai ser o de mãe.
E em todos os momentos, o amor da minha mãe foi essencial. Porque o amor de mãe é o mais lindo, o mais puro, o mais delicado e, com certeza o que mais ensina uma mulher. Feliz dia das mulheres mais incríveis de que a humanidade já teve notícia. [Inclusive Dona Rozana a mãe mais brava do universo].