22/08/2023
Educação

Omissão da Prefeitura provoca reação da sociedade

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A exclusão de Guarapuava nos recursos destinados pelo Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC 2) para construção de creches, por falta de projetos que deveriam ser elaborados pela administração municipal provocou a reação da sociedade.
O presidente da Associação Comunitária Para o Desenvolvimento de Entre Rios (ACENDER), Marcio de Sequeira classifica essa omissão como um desrespeito com as crianças, suas famílias e com a sociedade guarapuavana.
“Além dos outros escândalos promovidos pela péssima administração municipal de Guarapuava, o descaso com as creches é um desrespeito com as crianças, suas famílias e toda a sociedade guarapuavana. É lamentável que a cidade seja administrada dessa forma irresponsável”, entende. Para Sequeira, cada vez mais Guarapuava perde oportunidades de se desenvolver econômica, social, culturalmente; e fica estagnada pelos interesses puramente pessoais da atual administração. “Uma cidade inteira está sendo prejudicada por um pequeno grupo liderado por um sujeito que apenas ocupa o cargo, mas não é um prefeito de fato para a grande maioria da população. Será difícil suportar os dois longos anos que ainda restam dessa vergonhosa administração, por isso o afastamento do atual prefeito deve ser discutido o mais breve possível pelas lideranças da sociedade civil,” afirma.
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos e Professores Municipais (SISPPMUG), Clair Simões (foto) também faz coro a essa indignação.
“Há anos o SISSPMUG vem lutando por mais qualidade de ensino, por melhores salários, por mais professores, mais vagas nas creches e sem êxito. Quando sabemos que existe recurso disponível na esfera federal e que a administração não elabora projetos a nossa indignação aumenta, pois não sabemos o que está acontecendo realmente: se falhas como essas são por inoperância ou por falta de vontade política”, diz Clair.
A omissão da Prefeitura também repercutiu de forma negativa perante mães e educadoras. “Moro no bairro Bonsucesso e levanto às 6 horas da manhã para deixar meu filho na casa da minha sogra, porque não existe vaga na creche. Cadê o espírito de humanidade do prefeito que foi eleito para atender os interesses do povo? Essa cidade virou a terra de ninguém”, afirma Maria Tereza Gonçalves em contato com a RSN.
“Tenho quatro filhos. Dois são menores de 6 anos e preciso deixar na creche, mas não tem vagas. Pago a minha vizinha para cuidar deles e no final do mês meu salário vira em nada por conta dessa despesa. O que esse pessoal da Prefeitura está fazendo que não serve nem pra fazer um projeto? Não agüentamos mais essa situação”, diz Lucia Ferreira que mora no Industrial Xarquinho.

"Para nós que trabalhamos na área da educação esse descaso é dolorido. Sabemos como está a situação nos CEMEI´S (Centro Municipal de Educação Infantil) e sabemos a difiucldades das mães que precisam trabalhar fora e não tem onde deixar seus filhos. Lamentamos profundamente essa omissão do município", afirma uma educadora que pediu para não ser identificada por trabalhar numa das creches municipais.
Em Entre Rios a situação ainda é pior. A única creche do distrito está sem funcionar desde 2010. Por falta de manutenção o prédio que já estava comprometido foi mais danificado durante uma chuva de granizo. A rede hidráulica e elétrica foi totalmente comprometida e a única solução é uma reforma generalizada.
“Os serviços começaram nesta semana, mas andam a passo de tartaruga”, critica Marcio de Sequeira.

Cristina Esteche

Jornalista

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