A necessidade de medidas de bloqueio para conter a evolução da covid-19, vem sendo defendida por médicos e pela Fiocruz. Em boletim divulgado ainda em 6 de abril, a Fiocruz aponta que “o lockdown” constitui um “remédio amargo”. Entretanto, diz que se faz “absolutamente necessário” em momentos de colapso do sistema de saúde como a que o país vive agora.
Conforme a Fiocruz, para evitar mais mortes e novos casos, as medidas devem durar pelo menos 14 dias. De acordo com a Fiocruz, estudos internacionais mostram que com essas medidas, pode haver uma redução de 40% nas confirmações. Entretanto, isso se as medidas forem combinadas e aplicadas rigorosamente. Assim, nesse contexto, é fundamental que todos os que possuem atividades não essenciais fiquem em casa.
MEDIDAS DRÁSTICAS
Dessa forma, seguindo esse mesmo entendimento, médicos de Guarapuava defendem medidas enérgicas. Essa será a única maneira de conter o contágio do vírus da covid-19. De acordo com o cardiologista intervencionista Stefan Negrão, o município enfrenta o momento mais difícil desde o início da pandemia.
Os hospitais, as UPAs estão lotados. Não há mais espaço físico para atender pacientes. Não temos mais equipes, nem leito. Pode faltar medicação, principalmente, para intubação e sedação.
Além disso, ele lembra que outras patologias, como AVC, infarto, cirurgias, acidentes não pararam de ocorrer. Por todo esse cenário, o médico defende a implantação imediata de medidas enérgicas. “Precisamos ter medidas que contenham essa propagação do vírus. Infelizmente, quando houve o afrouxamento das medidas, a população abusou”.
Conforme Stefan, um dos exemplos é que as pessoas frequentam os parque sem usar máscaras. “O contágio é muito rápido. Por isso, estamos pagando um preço caríssimo. Há pessoas morrendo todos os dias.
O médico David Livingstone Alves Figueiredo comunga da mesma opinião de Negrão. De acordo com o coordenador do curso de Medicina (Unicentro) e presidente do Instituto de Pesquisas contra o Câncer (IPEC), o momento é crítico. “Temos um índice de contaminação muito alto, acima da média do Brasil. Então, medidas drásticas são necessárias.
Ele afirma que num momento crítico como esse, é fundamental que se tomem algumas atitudes. E entre elas, o lockdown talvez seja a maneira mais propícia para desafogar o sistema de saúde. “Os hospitais estão lotados. O lockdown teria esse papel fundamental num momento de curto prazo”.
Leia outras notícias no Portal RSN.