22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Saúde

“Não tem mais o que fazer”, diz diretor clínico do Hospital São Vicente

Médicos clamam para que a população use máscara, álcool gel a mantenha o distanciamento social. "A situação é dramática"

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Médicos pedem para que população se conscientize sobre a doença (Foto: Hospital São Vicente)

*Reportagem com vídeo

O filho que morreu deu lugar à mãe na UTI da covid-19 no Hospital São Vicente em Guarapuava. Nessa mesma unidade, outro filho, intubado, com gestos pergunta da mãe que já não está mais aqui. Em outra sala, a equipe se prepara para contar aos familiares que uma jovem de 22 anos, grávida, encontra-se em estado crítico. Entretanto, estas são apenas três de centenas de histórias que permeiam a ‘sala vermelha’ da covid-19 no hospital filantrópico.

De acordo com a provedoria até ontem (19) a UTI tinha 18 pacientes, quando a capacidade é oito. Outros cinco, em estado grave, aguardavam leitos e recebiam atendimento no Pronto Socorro. Enquanto a enfermaria e apartamentos somavam 27 pacientes. Todavia, o que chama a atenção é que a UTI está com 180% da lotação ocupada.

Entretanto, para quem não está nos bastidores da doença, há um ano e dois meses, fica difícil dimensionar a gravidade do quadro. E é nesse sentido que o diretor clínico do São Vicente, Eduardo Borges, clama pela colaboração da população.

Não tem mais o que fazer. A situação é dramática, pois há alguns dias o nosso sistema de saúde chegou à capacidade máxima.

Conforme Borges, se continuar nessa escalada há o risco de não ter mais como atender. “Não temos espaço e nem mais equipes”.

CADA VEZ MAIS JOVENS

Conforme Eduardo Borges a UTI está recebendo cada vez mais pessoas jovens. “São pessoas entre 20 e 25 anos. E nas duas últimas semanas também recebemos gestantes jovens com risco de morte da mãe e do bebê”. Assim, o médico pede que as pessoas usem máscara, higienizem as mãos com álcool gel e façam o distanciamento social.

De acordo com médica intensivista Fernanda Ziger Borges, se faz necessário que as pessoas acreditem na doença.

Ela [a doença] existe, não é mentira. Esta entre nós e mata. E as coisas só podem melhorar se a população colaborar.

*Confira o vídeo que mostra a UTI e o apelo dos médicos.

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Cristina Esteche

Jornalista

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