A Organização Mundial de Saúde Animal concedeu ao Paraná nesta quinta (27), a certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação vai alavancar as exportações paranaenses. Isso porque o selo funciona como um aval sanitário sobre toda a produção agropecuária do Estado.
A certificação deve impactar não somente a exportação de carnes e derivados, que são diretamente vinculadas à questão, mas também produtos agrícolas, potencializando a economia do Estado como um todo.
Desse modo, Otamir Cesar Martins, diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) afirma que esse é o principal impacto esperado pela certificação, almejada há anos pelo setor produtivo.
Com a vacinação, existe uma desconfiança de que ela é necessária porque os animais podem ter a doença. Quando você para de vacinar, você tem a certeza de que, nessa Região, ela está erradicada. Vamos poder alcançar novos mercados que pagam melhor – como na carne suína, que chega ao dobro do valor em países como Japão e Coreia do Sul.
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Paraná é o segundo maior produtor de carne suína do Brasil, representando 21,1% do total do País. No entanto, quando o foco é a exportação, o Paraná cai para terceiro lugar, com 13,59% do total.
Por fim, a certificação concedida pela OIE potencializa esse percentual, abrindo diálogo com mercados que só compram carnes de produtores com o selo. Além disso, outra grande mudança pode ser na pecuária de corte.
O Paraná ocupa a 10ª posição no ranking nacional. O rebanho tem 9,3 milhões de cabeças, com 6,3 milhões da pecuária de corte e 3 milhões de cabeças de pecuária leiteira.
CERTIFICAÇÃO
Conforme a Agência Estadual de Notícias, a conquista soma anos de esforços. Os últimos focos de febre aftosa registrados no Estado em 2006. Em outubro de 2019, após diversas tratativas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Paraná deu um passo importante para essa conquista, suspendendo a vacinação de bovinos. Os trabalhos se consolidam com a concessão do selo internacional.
Além do Paraná, também foram reconhecidos pela OIE como área livre de aftosa sem vacinação os Estados do Rio Grande do Sul, Rondônia e Acre, além de 19 municípios do Amazonas e cinco do Mato Grosso. Por fim, apenas Santa Catarina tinha a certificação, concedida em 2007.
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