22/08/2023


Cotidiano Economia Tecnologia

Itaguaçu comemora a contabilização de mais de 180 mil toneladas de crédito de carbono

Na Itaguaçu tudo isso foi possível pela performance no quesito benefício energético versus danos socioambientais

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Hidrelétrica Itaguaçu (Foto: Divulgação)

A Hidrelétrica Itaguaçu, implantada em Pitanga, provou, por meio do Project Design Document (PDD), que evita emitir gases de efeito estufa na atmosfera. Por isso, foi certificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no âmbito do Protocolo de Quioto para receber créditos de carbono. Tudo isso foi possível pela performance no quesito benefício energético versus danos socioambientais. Marcos Iastrenski, diretor presidente da Itaguaçu, explica mais sobre o processo.

– O que é crédito de carbono?

Marcos Iastrenski – A ONU buscou acordos internacionais com o intuito de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. Assim, surgiu o Protocolo de Quioto. Quando falamos no Protocolo, significa dizer que os projetos ali certificados permitem que os países do chamado Anexo I, países ricos, signatários deste acordo, atinjam suas metas de redução de emissões por meio de projetos ambientalmente corretos implantados em países em desenvolvimento, como o Brasil. Ou, de forma simples: existe um acordo entre os países ricos, que não podem reduzir suas emissões, para que estes “paguem” para que projetos ambientalmente corretos sejam implantados em países em desenvolvimento.

– Quem faz a certificação?

Marcos Iastrenski – Quem faz são empresas credenciadas junto à ONU, sendo que na América do Sul estão sediadas na Colômbia, algumas com escritório do Brasil.

-O que é adicionalidade e qual a importância?

Marcos Iastrenski – É um importante conceito trabalhado dentro dos projetos que geram crédito de carbono, por meio da qual é demonstrada que a quantidade de gases do efeito estufa liberados na atmosfera seriam maiores, caso o “projeto candidato” não tivesse sido implantado.

– Como ocorre a comercialização dos créditos de carbono?

Marcos Iastrenski – A comercialização de créditos de carbono normalmente é feita com empresas europeias. Em 2012, o valor era na ordem de 7,7 USD/t e havia expectativa para elevação do preço com a possibilidade de ingresso no protocolo de gigantes, como os Estados Unidos, a China, a Índia e Oriente Médio, o que não ocorreu. Em consequência, o preço então praticado neste momento é na ordem 2,0 USD/t, frustrando adesões de novos projetos ao Protocolo de Quioto.

– Quem são os compradores?

Marcos Iastrenski – São organizações instaladas em países que aderiram ao Protocolo de Quioto e que não conseguem fazer redução de suas emissões.

– Quais as previsões para o setor?

Marcos Iastrenski – A Conferência Mundial Climática da ONU estava prevista para ocorrer em 2020. Entretanto, devido a pandemia de covid-19, foi adiada para novembro deste ano, em Glasgow, na Escócia, como aponta Marcos. “Dessa forma, os projetos detentores de crédito de carbono não estão comercializando seus créditos, na expectativa de elevação do preço já para 2022. Isso, tendo em vista a possibilidade de ingresso dos Estados Unidos no protocolo, considerando o novo perfil de governo do país”.

– O que representa a certificação para a Itaguaçu?

Marcos Iastrenski – Para a Itaguaçu, o crédito de carbono então gerado representa o Reconhecimento Internacional de que a energia gerada por nossa usina é limpa.

– Quem se beneficia com a redução de emissões?

Marcos Iastrenski – Bloqueamos a emissão de mais 180 mil toneladas de gases nocivos, ficando o planeta melhor para os mais de 7 bilhões de seres humanos que aqui vivem.

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Antunes

Jornalista

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