22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Guarapuava tem 1º semestre com mais mortes e menos nascimentos da história

Nunca em 6 meses houve tantas mortes e poucos nascimentos como neste ano em Guarapuava. Mortes aumentaram 73,3% e nascimentos diminuíram 13%

Cerca de 340 mil bebês nascem prematuros todo ano no Brasil (Foto: Reprodução/Pixabay)

Mortes aumentaram 73,3% e nascimentos diminuíram 13% em Guarapuava (Foto: Reprodução/Pixabay)

A pandemia da covid-19 causou um profundo impacto nas estatísticas vitais da população de Guarapuava. Além das mais de 33 mil pessoas que perderam a vida para a infecção no Estado, o novo coronavírus alterou a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Guarapuava, em 2003.

Assim, em 2021, nunca se morreu tanto e nunca se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano. Isso resultou na menor diferença já vista entre nascimentos e mortes nos primeiros seis meses do ano. Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do Brasil.

MORTES E NASCIMENTOS

Em números absolutos, os Cartórios de Guarapuava registraram 1.118 mortes até o fim de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 73,3% maior que a média histórica de mortes no município. Além disso, é 87,9% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no município. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes atinge 83,2%.

Com relação aos nascimentos, Guarapuava registrou um dos menores números de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o fim de junho, houve registro de 1.807 nascimentos. Assim, o número é 13% menor que a média de nascidos no município desde 2003. E ainda, 1,5% menor que no ano passado. Contudo, em relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 2,2% em Guarapuava.

O resultado dessa é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no município, já que o número de mortes se aproximou do número de nascidos vivos. De acordo com a presidente do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR), Elizabete Regina Vedovatto, o Portal da Transparência do Registro Civil possibilita que toda a sociedade se dê conta da dimensão dos fatos ocorridos durante o passar dos anos.

“Ainda mais nesta situação peculiar da pandemia. É de extrema importância para que medidas sejam tomadas pelo Poder Público diante da nova realidade populacional para os próximos anos”.

NATALIDADE E CASAMENTOS

Conforme os dados, por mais que não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Guarapuava. No entanto, os nascimentos ainda devem demorar um pouco para serem retomados. Isso devido ao fato de que no primeiro semestre de 2021, Guarapuava registrou o segundo menor número de casamentos desde 2003.

Embora 20,9% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre em Guarapuava, o número de matrimônios em 2021 mostra uma pequena recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença.

Assim, até junho deste ano os Cartórios celebraram 29 casamentos civis. O número é 4,2% menor que os 31 matrimônios no ano passado. E ainda, 14,8% menor que os 41 casamentos celebrados em 2019.

IRPEN/PR

O Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR) congrega os 519 cartórios de Registro Civil do Paraná. Os cartórios são responsáveis pelos principais atos da vida civil dos cidadãos. Entre eles, os registros de nascimentos, casamentos e mortes.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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