22/08/2023
Segurança

Defesa de Carli Filho faz o que pode para impedir júri popular

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O advogado de defesa do ex-deputado estadual Fernando Carli Filho, Roberto Brzezinski entregou, na tarde desta sexta-feira (18), as razões pelas quais interpôs um recurso contra a decisão do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Surdi de Avelar. O juiz determinou que o caso vai ser julgado por júri popular. Brzezinski deveria ter entregue aos documentos na quinta-feira (17), mas conseguiu mais 24 horas para entregar a documentação. O advogado esperou até o último momento (18 horas) para protocolar as justificativas do recurso interposto contra a decisão do juiz Daniel de Surdi Avelar. O magistrado entende que Carli Filho deve ser julgado por duplo homicídio com dolo eventual. A defesa alega que o ex-deputado dirigia em uma via onde a preferência de passagem era dele e que as vítimas tinham condições de visualizar o veículo e evitar a colisão.
Tão logo a defesa apresente suas razões e o Ministério Público e a assistência de acusação se manifestarem, uma sessão entre os desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) vai determinar se o júri popular será mantido ou se o ex-deputado será julgado por crime de trânsito.
Carli Filho é acusado de provocar o acidente que matou os jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida, em 7 maio de 2009. Segundo o advogado Elias Mattar Assad, assistente da acusação, o ex-deputado dirigia embriagado, a uma velocidade de 190 km/h, quando o máximo permitido na avenida é de 60 km/h, e tinha a carteira de habilitação suspensa por excesso de multas justamente por alta velocidade.
O recurso interposto pela defesa contra a decisão do juiz Daniel de Surdi Avelar é mais uma manobra na tentativa de estender o julgamento e ganhar tempo contra a decisão final. Após dificultar a citação de testemunhas para audiências, em janeiro deste ano, defesa não apresentou, dentro do prazo concedido, as alegações finais para o processo.O prazo dado pelo Juiz de Direito da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Surdi de Avelar, era o dia 7 de janeiro. Em 25 de janeiro a defesa entrou com um recurso para mudar a sentença que determina que Carli vá a júri popular e pede que o ex-deputado seja julgado pela justiça comum por ter cometido um crime de trânsito. São as causas dessa solicitação que estavam sendo aguardadas e que foram entregues na sexta-feira (18).

Cristina Esteche

Jornalista

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