22/08/2023
Segurança

Defesa de Carli Filho apela para livrar ex-deputado da prisão

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A defesa do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho tenta de todas as formas impedir que o réu seja julgado por júri popular. Nas razões recursais apresentadas à Justiça na sexta-feira (18) mais uma vez, 10 argumentos descritos em 184 laudas, os advogados pedem que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) reveja a decisão do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Surdi de Avelar, que determinou que o caso vai ser analisado por um júri popular. O pedido da defesa é para que Carli Filho seja absolvido sumariamente das acusações de homicídio com dolo eventual pelas mortes dos jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida na madrugada de 7 de maio de 2009. O que a defesa pretende é que o ex-deputado que dirigia bêbado, em alta velocidade e com a carteira de habilitação suspensa por excesso de multas, seja absolvido dessa acusação. No caso de ser julgado, a defesa pretende que as infrações sejam ou delito de trânsito ou homicídio culposo, que têm penas inferiores a quatro anos e regime de cumprimento aberto, contra a pena de 12 a 30 anos, no caso de condenação por júri popular. Entre os argumentos apresentados estão o de que Carli tinha a preferencial no cruzamento e que sua carteira de habilitação não estava suspensa.
Para o criminalista Elias Mattar Assad, assistente de acusação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), os argumentos apresentados pela defesa são “inconsistentes e frágeis”. A expectativa do advogado é de que o TJ-PR mantenha a decisão do juiz. Neste caso, ele seria julgado por duplo homicídio com dolo eventual, já que assumiu os riscos por suas ações. A pena varia entre 12 e 30 anos e o regime inicial de cumprimento é fechado. O juiz também autorizou que Carli Filho recorresse e aguardasse o julgamento em liberdade.

O que a defesa alega
Na tentativa de invalidar a decisão judicial a defesa levanta 10 pontos principais, entre as quais , de que houve ilicitude na obtenção de provas, ilegalidades na perícia e nulidades no processo. As falhas, porém, não foram apontadas. A defesa diz também que o MP-PR não poderia ter investigado o caso.
Para os advogados contratados pela Família Carli para livrar o ex-deputado de uma possível prisão, o seu estado de embriaguez não teria sido comprovado e sua carteira de habilitação não estaria suspensa. Os advogados entendem que apenas uma ordem judicial poderia determinar essa condição. Por isso, na madrugada do acidente em Curitiba, Carli Filho estaria exercendo seu direito de dirigir. Diz também que o veiculo conduzido pelo ex-deputado estaria na via preferencial. No entendimento da defesa, o fato foi um mero acidente de trânsito e a culpa seria exclusivamente das vítimas. Outro argumento da defesa é que a imprensa e os familiares das vítimas fatais armaram uma farsa contra Carli Filho, que não estaria trafegando a 190 km/h, mas o laudo pericial apontou que ele transitava em velocidade que variava entre 161 e 173 km/h.
Para Elias Mattar Assad, todos esses argumentos já foram repelidos pelo TJ-PR, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal em outros casos. O advogado espera que o ex-deputado seja julgado ainda neste ano.

Cristina Esteche

Jornalista

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