O Departamento de Ciências Econômicas (Decon) da Universidade Estatual do Centro Oeste (Unicentro), faz todos os meses, desde 1998, o balanço do valor da Cesta Básica de Alimentos de Guarapuava (CBAG). Assim, em 24 anos de pesquisa, agosto de 2021 teve o maior valor já registrado em um mês. O preço chegou R$ 536,26.
Anteriormente, novembro de 2020 era o mais alto, no valor de R$ 517,53. Dessa forma, a CBAG comprometeu 48,75% do salário mínimo, o que equivale à dedicação de mais de 107h de trabalho para custear a alimentação básica.
A CBAG segue metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE), assim a cesta é composta por 13 itens, incluindo cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteínas e óleo. Conforme o relatório, em agosto a variação da CBAG foi de 5,89%, ficando 0,89 pontos percentuais acima da variação de julho de 2021. Ou seja, em agosto o consumidor pagou R$ 29,81 a mais para comprar os produtos no mercado.
Além disso, neste ano até o momento, o valor da CBAG acumula uma alta de 9,28%. E em agosto a difusão do aumento dos preços dos produtos atingiu 77% dos alimentos. Ou seja, poucos produtos se salvaram da inflação no mês passado. Entretanto, o grupo de hortifrúti foi o único que apresentou uma pequena queda, na ordem de -0,49%.
Os alimentos com maiores altas no município foram: açúcar com uma alta de 18,73%, arroz com 17,67%, derivados do leite que em média subiu 7,97%, carne bovina com 7,81%, óleo de soja com 6,49%, feijão com 6,25% e café com 5,10%.
POR QUE SUBIU?
De acordo com Luci Nychai, economista do Decon, a aceleração do valor da cesta é decorrente de vários fatores. Por exemplo, o aumento do consumo e desabastecimento nesse período de pandemia. Outros fatores que também contribuíram para o aumento foi a desvalorização da moeda, o aumento das exportações e o aumento do preço dos insumos importados.
Além do aumento dos custos de produção por conta do aumento dos insumos, da água, do gás, dos combustíveis e da energia. Porém, conforme Nychai, o salário mínimo previsto para o próximo ano, no valor de R$ 1.169 irá cobrir apenas 26% dos gastos das famílias que possuem renda fragilizada.
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