22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Dos 22 cemitérios de Guarapuava, apenas um tem licença ambiental

De acordo com a Divisão de Cemitérios, apenas o 'Jardim da Paz' no Xarquinho está legalizado. A obra da Capela Mortuária foi construída pela empresa Repinho

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Cemitério Municipal Central (Foto: Secom/Prefeitura de Guarapuava)

Com 22 cemitérios, dos quais, nove sob a responsabilidade do município, Guarapuava atrai milhares de pessoas nesta terça (2), Dia de Finados. Assim, os demais são de responsabilidade de associação de moradores. No entanto, desse total, apenas um possui licença ambiental para funcionar.

Conforme informou a chefe de Divisão do Serviço Funerário Municipal, Ticiane Mikodoski, apenas um está legalizado. Trata-se do ‘Jardim da Paz’, localizado na Localidade do Rocio, atrás do Industrial Xarquinho. Liberado no dia 13 de dezembro de 2016, após 27 anos sem que a cidade tivesse um novo local para sepultamentos, conta com 8.458 lotes jazigos. Desses, segundo Ticiane, em média, 299 já estão ocupados.

Jardim da Paz (Foto: Secom/Prefeitura de Guarapuava)

O Cemitério Xarquinho possui 80 mil metros quadrados de área, divididos em 17 quadras e 8.458 lotes. Todavia, conta também com um a capela mortuária construída pela empresa Repinho. Conforme o empresário Odacir Antonelli, a maioria dos funcionários da empresa moram no bairro. “Mas trata-se de uma doação para a comunidade”.

A capela foi entregue à comu idade  em dezembro de 2020 e conta comdois ambientes de velórios, banheiros e cozinha.

SITUAÇÃO PREOCUPA

Conforme moradores no entorno de cemitérios, em especial no Residencial 2000, as áreas que não têm nenhum tipo de controle ambiental são preocupantes. Conforme Ticiane Mikodoski, a maioria dos cemitérios de Guarapuava tem décadas de operação. Afinal, quem começou a construí-los foi a própria comunidade. Assim, essas pessoas, à época, não tinham conhecimento sobre com os danos que os restos mortais podem causar à natureza.

No caso, do Cemitério Santo Antonio, por exemplo, perto há uma área de banhado. No entanto, o Código Florestal diz que, após 2008, qualquer construção, inclusive túmulos, deve estar a uma distância de pelo menos 30 metros de qualquer curso d’água. O que não ocorre em muitos dos cemitérios. Dessa forma, a qualidade da água dessas regiões pode estar comprometida, caso atinja o lençol freático.

O Portal RSN tentou contato com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e com o IAT. Entretanto, segundo a Comunicação Municipal, por ser recesso qualquer contato seria improvável.

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Cristina Esteche

Jornalista

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