Empresários do setor madeireiro de Guarapuava esperam que o novo traçado da Ferroeste reduza tempo e custo do transporte de cargas até o Porto de Paranaguá. Além de aumentar a lucratividade para produtores, indústrias e demais setores incluídos na cadeia produtiva. A manifestação ocorreu durante reunião com o Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário (GT).
O encontro presencial foi na sede do Sindusmadeira nesta quinta (18) em Guarapuava. A entidade representa indústrias de madeiras, serrarias, beneficiamentos. Assim como carpintaria e marcenaria, tanoaria, compensados e laminados. Além de aglomerados e embalagens. O Sindicato conta com 41 empresas, de 20 municípios. De acordo com o GT, a ferrovia vai consolidar um dos maiores corredores de movimentação de cargas do país.
De acordo com o projeto do Governo do Paraná, a Nova Ferroeste vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá. Assim, o projeto prevê a ampliação e modernização do trecho já existente, entre Cascavel e Guarapuava. Além de novos ramais até o MS e Foz do Iguaçu.
SALTO
Conforme o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, apenas 20% das cargas gerais exportadas do Paraná chegam aos portos por trem. No entanto, a Nova Ferroeste deve fazer esse número saltar para 60%. Segundo ele, a indústria madeireira da Região de Guarapuava terá benefícios. É que quase toda a carga de exportação desse setor é atualmente levada até o porto por caminhões.
“Temos um Porto que é referência no continente, tanto em importação quanto exportação. Mas é preciso otimizar a chegada e saída dos produtos”. Conforme ele, o modal rodoviário já está no limite. “O desenvolvimento da malha ferroviária é o que vai fazer a logística do Paraná dar um salto em agilidade e na relação custo x benefício”.
MAIOR PARTE DA PRODUÇÃO É VOLTADA À EXPORTAÇÃO
De acordo com o vice-presidente do Sindusmadeira, Júlio Cezar Pacheco Agner, mais de 50% da produção do setor madeireiro da Região destina-se à exportação.
Quase tudo é deslocado pelas rodovias, com alto custo de frete e questões da agilidade da logística, que interferem na competitividade em um mercado cada vez mais globalizado.
Ele afirmou que a expectativa é que, com mais opções de deslocamento de madeira em contêineres, o custo possa ser reduzido e a lucratividade elevada. “Isso gerará ganhos para o produtor e para a indústria. E também, para outros setores que formam a cadeia produtiva da nossa Região, como a agropecuária, por exemplo.
AMPLIAÇÃO
Conforme dados do Sindusmadeira, o setor representa cerca de 35% do volume de cargas movimentadas nos portos do Sul do Brasil. Por isso, a oportunidade de ampliar as possibilidades de deslocamento até o porto é vista como um avanço importante para o setor.
De acordo com o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, o avanço do projeto tem ocorrido dentro do cronograma. “O projeto já recebeu a anuência de todos os 49 municípios abrangidos. Guarapuava é um deles”. Segundo ele, Guarapuava já tem uma estrutura da Ferroeste, com oficina mecânica e funcionários.
É uma conexão importante e nossos estudos de demanda apontam que há viabilidade para trabalhar o transporte de cargas saindo do município rumo ao Porto de Paranaguá.
PROJETO
A Nova Ferroeste terá 1.304 quilômetros malha férrea, abrangendo a ligação entre Maracaju a Paranaguá e o ramal de Foz do Iguaçu. Os trilhos cortam dois estados com grande produtividade de grãos (soja e milho) e proteína animal. Quando estiver concluída, a Nova Ferroeste, deve transportar no primeiro ano 38 milhões de toneladas de produtos. Será o segundo maior corredor de exportação de grãos e contêineres do país.
Conforme o projeto, o investimento para a construção e operação da Nova Ferroeste será de R$ 29,4 bilhões. No início de 2022 ocorrerão as audiências públicas. Entretanto, o projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo trimestre de 2022. Assim o vencedor do leilão, deverá construir e explorar a estrada de ferro por 70 anos.
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