Cerca de 500 vítimas vão perder dinheiro no golpe aplicado pelas empresas BTK e Acertt em Guarapuava. De acordo com promotor Pedro Papaiz, que coordena o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), somente nessa segunda (20) 40 pessoas entraram com representação criminal contra Kelvyn Baltokoski, Valdecir Salvio Baltokoski e David Michel Gonçalves.
Os três encontram-se cumprindo prisão preventiva desde o último dia 14. Conforme o promotor, não há prazo para que eles deixem a prisão. Kelvyn e o pai são da BTK e David, da Acertt. A estimativa é que cada pessoa perca entre 75% e 80% do valor dado para investimento.
Durante a operação foram apreendidos carros de luxo, joias e dinheiro. E quem ainda não entrou com representação criminal tem até maio de 2022. Caso contrário, só poderá entrar no cível. De acordo com Papaiz, a operação Damna, ou ‘Perdas e Danos’, começou há cerca de seis meses. O que motivou as investigações foi o crescimento patrimonial abrupto de ambos.
Para se ter uma ideia, segundo o promotor, em relação à BTK há uma diferença entre o que Kelvyn fala e o que foi encontrado no site. Era pela internet que ele ‘prestava contas’ sobre as ‘aplicações’ que ele fazia. Conforme a operação, há o envolvimento de R$ 32 milhões captados de clientes.
“Ele [Kelvyn] comprou uma mansão em Guarapuava. Além de ter uma franquia e outros três investimentos, mas sem que algum deles funcionasse. Então, tudo o que adquiriu se transformou em prejuízo”. De acordo com as investigações, em Barueri (SP) ele pagava R$ 65 mil mensais de aluguel numa mansão em Alphaville.
Em relação à Acertt, David ‘prestava contas’ pelo WhatsApp. “Ele [David] tinha uma planilha no computador que somava R$ 27 milhões, mas só achamos R$ 6,5 milhões e mais R$ 500 mil em espécie.
O GOLPE
O golpe se assemelha ao aplicado por Bernard Madoff, ex-presidente da Nasdaq e financista responsável pela maior fraude financeira da história dos Estados Unidos. Ou seja, eles encontravam um investidor prometendo juros altos, no caso, entre 8% e 10% por mês.
No entanto, pagavam esse juro com o próprio dinheiro do investidor. Novos clientes iam chegando e alimentando o círculo. Enquanto isso, segundo o promotor, os estelionatários usufruíam do dinheiro dos clientes.
De acordo com Pedro Papaiz, tanto Kelvyn quanto David aplicavam na Bolsa de Valores. Entretanto, segundo auditoria feita pelo Ministério Público, as operações só ficavam no ‘vermelho’. Em três anos, a Acertt perdeu R$ 3,3 milhões. Já a BTK ‘amargou’ a perda de R$ 1,6 milhão. É que em 2021, Kelvyn deixou de apostar na Bolsa.
“O Kelvyn disse que possui R$ 32 milhões em algorítimos. Já o David disse que não sabe quanto possui, embora tenha dito que somente ele fazia as operações”. Já o pai de Kelvyn, Valdecir, que também encontra-se preso, conforme o promotor, era quem ‘lavava’ o dinheiro das transações.
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